"sou curta. sou curtida e sou uma curtição. sou bronco. sou bronca e retalhação. sou tudo menos nada e sou a boca que baba. a cara amarrada e a dentadura largada. peça embaralhada, sou freio e sou enguiçada. brilhante feito sorte e sou sortuda feito astro... sou só por acaso e serei cinco por espalhafato. é fato. sou extrato do que sobrou dos meus pais, e tinha tanto lá que sobrou meu irmão também... vou filar a bóia logo mais mas agora estou na roça sem luz e sem cachorro pra correr atrás..." gritando agudo mariazinha sempre sabia que as coisas não caiam do céu mas sim das suas orelhas! as orelhas tem o poder mágico de ativar as ondas que mexem com a nossa cabeça, ela pensava
mariazinha pensou bem e as orelhas responderam com um sim bem grande! bem, mas bem grande! as orelhas de mariazinha eram grudadinhas na parte de baixo, onde a gente gosta de apertar, e isso, dizia carolzinha, mostrava que mariazinha tinha dons de um outro mundo... "e que mundo será?" "não sei não mariazinha, mas acho que você pode fazer as coisas acontecerem!"
a mariazinha tinha um pote de sorvete no congelador mas daí ela pensou que ia ser bem mais gostoso se passasse aquela moça que vende yakult na rua e em alguns minutos dona paçoca apareceu com seu yakult
dona paçoca apertou a orelhinha da mariazinha e mariazinha sorriu sabendo de tudo! dona paçoca sabia de tudo também...
carolzinha gritou alto "você quer voltar pra cá logoooo!!!", mariazinha ficou quietinha pensando no que acontece no mundo e daí em cinco minutos tava num chororô só porque achou que talvez tudo o que acontece é porque ela tinha pensado e daí as orelhas dela arderam
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mariazinha nunca mais quis pensar em nada.
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