16.11.09

numa noite dessas


"Os olhos, a boca, a linha dos ombros. Os olhos melosos, os dedos arredondados, as pontas delicadas que sem pretensão alguma tocam os cantos dos lábios que sorriem como sorriem os olhos que observam calmos, respirando com narinas entregues, com queixo erguido de ardor desesperado. Os brincos... os brincos que refletem as duas chamas que sobre a mesa iluminam pouco, enquanto ela inteira ilumina tudo aquilo que ele vê: a presença que de tão imensa, envolve a aura que ressurge como aquela que algum dia aprendeu a engatinhar em algum carpete empoeirado num apartamento qualquer em uma cidade construída em pleno deserto. As coisas que acontecem são poucas em comparação com a presença toda dela e ele não sabe mais como escapar. Ele já não sabe mais como..."


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