24.5.08

que bem que a falta faz

eu descobri que ser pura e simplesmente é uma dádiva. se permitir ser da forma que se é é algo único e belo, como é belo assistir apenas, as águas caírem, as nuvens se formarem e se dissiparem, as montanhas ficando verdes e brancas novamente e os carros passando, cada um com sua bagagem de cores próprias... não se é simplesmente porque dói. o ser é quase um ponto de interrogação em movimento, uma pergunta em mutação em um monólogo para uma plateia cega e surda, mas não muda. ser é puxar a cortina e ter que correr pro meio do palco e perceber que a luz não foi focada no lugar certo... é perceber que o projetor congelou e você precisa improvisar. quando acordo gosto de ter tempo e a sensação de se ter tempo é tão falida quanto a de ser, é um fim sem começo - pobres de nós - é um ponto sem ponto pra virar linha e eu tenho que partir, porque ter meu computador de volta e minhas letras e acentos brasileiríssimos está fazendo um bem danado a mim, tenho dito!