31.12.08

para o fim de um ano e o começo de outro...



"If everyone demanded peace instead of another television set, then there'd be peace."
J.L.

pra nada, mesmo.

o que eu quero? que um raio caia e parta meu peito no meio que jorre de dentro de mim toda essa pressão que se refina e se infiltra em meu sangue, que todo o ferro que me pesa como um fim de um túnel escuro sem um fio de luz ou ar me tome, que rasgue minha pele, queime meu sonho, reluza em um tempo e que seja agora. que tudo que seja um acaso, que seja um sem fim e que ele seja repleto de dor, que a dor seja pouca porque não é, que seja quem é e que continue sendo, mas que essa resposta seja curta, grossa, repentina mas que seja, que meus ossos se entortem, que eu ache o espaço pra que o nada tome conta, que eu me livre. que a terra que come e que arde escondida com olhos inchados de tanto chorar me receba, que ela me enalteça quando enfim chegar a encara-la de frente. que eu a encare e ela me reconheça. que os tambores, as asas, as vozes se calem naquele instante. eu preciso de silêncio! eu quero silêncio. que o silêncio seja a música que sem resolver nem simplificar sejam os votos de uma história irregular, que os povos finalmente queimem as plantas dos pés de tanto procurar, que o que basta chegue enfim, que o recomeço não seja uma opção, os olhos entregam pouca ou muita verdade enquanto observam por cima das grandes montanhas ao oeste, que o oeste se exploda. que o oriente se oriente, que o topo e o meio se encontrem, que o fundo seja raso e que a base seja feita de qualquer coisa que seja e não seja real. eu quero base e que seja desfeita em algo que não tenha nome ou cor ou cheiro ou textura, que seja e esteja presente para que eu a derrame por água baixo e que a descarga esteja funcionando, quero a base longe de entupir qualquer coisa. quero uma luz cegante. uma luz negra, cegante. quero um tempo estranho, quero perguntar aos ventos e receber respostas sem qualquer estrutura que se pareça com palavras. quero desistir delas e não te-las me reerguendo a cada minuto, me mostrando que há esperança. não entendo dessa palavra, pra que é no fim o que é? é pra alguém que realmente seja, eu quero deixar falar e expressar esse peso pois eu queimo, eu quero me jogar ao mar. o que eu quero? eu quero o vento irregular, vindo de todos os lados. o que eu quero? um mar morto e sem reação que me engula e me cuspa do outro lado. o que eu quero? um outro lado. eu quero, desesperadamente e cegamente pelo outro lado.

eu não quero nada.



***

30.12.08

eu tinha que perguntar!


***

"A dreamer is one who can only find his way by moonlight, and his punishment is that he sees the dawn before the rest of the world."

***

nhéco-nhéco

eu conto nos dedos...
"o que?"
os minutos...
"pra que?"
pra chegar no fim...
"do que?"
de tudo isso.
"e isso é o que?"
isso é isso.
"e isso não tem definição?"
não.
"porque?"
porque definir é matar o princípio.
"quem disse?"
eu.
"e você ouviu isso onde?"
em lugar nenhum!
"então pra que define definição?"
porque me convém.
"e quem disse que podia?"
ninguém.
"e ninguém tem sobrenome?"
ninguém não é alguém.
"quem disse?"
ninguém!
"ele te disse isso também?"
disse.
"e ele está vivo ou é espírito?"
tá vivo.
"e mora onde?"
dentro de você...
"impossível!"
possível é.
"não!"
e vem me visitar de quando em vez...
"mentira!"
verdade...
"nunca imaginei..."
nem eu.
"não?"
não.
"pois é..."
não.
"não?"
é.


e assim a gente se conhece...

la vie en rose


Alguém aqui já viu esse filme? La vie en Rose. Aparentemente a atriz ganhou um oscar por interpretar Edith Piaf o que acho fantástico, mas estou cansada de gente ganhando oscar por fazer mímica! Deveria existir dois prémios, um para os que estão a viver personagens já reais, outro por interpretar personagens originais. Enfim, não estou falando do filme para falar da interpretação da atriz, - que merece outro post de tão intensa que foi - quero mesmo é falar do filme! A história da cantora é quase um trem desgovernado passando por cima de tudo e de todos, um trem sem rédeas porque é assim que ela queria ser e nunca foi. Edith que não era Piaf, que não era um pássaro raro e sim um fruto de uma vida de abandonos viveu como cantou: sem se preocupar muito com o que os outros pensavam ou sentiam, principalmente com quem realmente se importava com ela... Vale a pena assistir. Eu vi inteirinho no youtube! Dá pra acreditar? Viva a Internet!

***

29.12.08

momentos inesquecíveis (alice sendo melancólica) parte 3



Curt Wild:
We set out to change the world... ended up just changing ourselves.
Arthur Stuart: What's wrong with that?
Curt Wild
: Nothing, if you don't look at the world.

***

Diálogo entre Curt Wild (personagem baseado em Iggy Pop interpretado por Ewan McGregor) e Artur Stuart (personagem vivido por Christian Bale) no filme vagamente baseado na vida de David Bowie, Velvet Goldmine. Mudou tudo na minha cabeça... ou será que só despertou?

john lennon por moi


John lennon no meu "sketch book" 28/12/08.

***

temperamental eu fico

a luz pelas frestas, dentro da caixa, por cima de um solo qualquer que arredio se desprende perdendo a raiz que o mantinha sendo o chão de muita gente. eu aprendi a reler por entre os tempos, um tempo único restante em si que sem dó não passava de mi e que logo mais virava pó. reagi, sem trapos amarrados no pescoço. reagi e reneguei qualquer envolvimento comigo mesma, eu quis. a fina luz que entrava pela fresta na mesma caixa amarela, meio verde, meio musgo me deixou, eu deixei de ser, o fato é que tudo se deixou de vez como se passado o ponto passaria o remendo. eu bem que quis deixar viver mas cortei o mal pelos cabelos, mal me entendo.

***

28.12.08

santo grão

"...are you gonna be in my dreams tonight?
and in the end the love you take is equal to the love you make."
The Beatles em 'The End'




parte do círculo estava completo. ela queria mais um lenço.

"use o guardanapo"
"ah mas que coisa mais tosca!"
"e tem alguém aqui que quer profissionalismo até nisso?"
"não se trata de profissionalismo!"
"então é o que?"
"medo de perder o tom..."
"ah, isso também é complexo de profissionalismo exacerbado!"

procurava incansavelmente em sua bolsa por algo que se passasse por lenço sem nem enxergar mais nada a sua volta. parou o rapaz que passava com uma bandeja lotada de pratos sujos e perguntou:

"você tem por acaso um lenço por ai?"
"serve um guardanapo, senhora?"
"não! obrigada..."

testas franzidas e sorrisos de lado a deixavam com as bochechas rosadas e os olhos gigantescos. decidiu usar o guardanapo que havia sobrado.

"em tempo..."

completando o círculo, fez questão de apertar bem os nós das pontas que uniam os tecidos e que, por falta de um lenço, tinha uma desagradável - para ela - cor que ressaltava sobre as outras, através dos seus olhos via um fungo que corroía o todo. assim que terminou o que fazia, entregou a coroa ao petulante mocinho que estava sentado ao seu lado e que teimava em mostrar a sua acompanhante que o guardanapo daria personalidade ao negócio. ele então encaixou o círculo bem formado envolta de seu chapéu preto, entortou de leve as abas nas laterais e sorriu para ela um sorriso que cortou seu ar.

"então...?"
"perfeito!"

ela havia percebido a beleza escondida no guardanapo azul claro contra o fundo preto do seu chapéu e aceitou seu sorriso como a resposta que precisava repetir, mas só em voz alta "perfeito", eu diria... perfeito.

***


notinha

***

eu não gosto de ficar avisando, mas pra quem está acompanhando (não sei como!) o terceiro capítulo já está lá no "Eu lembrarei Abril...".



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momentos inesquecíveis (alice sendo melancólica) parte 2


"Yeah, well that's what ther-rape-me's all about. That's why fuckin' Freud's picture's on every shrink's wall. He created a fuckin' industry. You lie down, you confess your secrets and you're saved. Ca-ching! The more you confess, the more they think about settin' you free."

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Personagem Lisa (interpretada por Angelina Jolie) no filme Garota Interrompida. Não preciso falar mais nada.

muito complicado

tenho um sério problema em falar "eu". constatando a inutilidade de se escrever na terceira pessoa, senti que precisava escrever como "eu", mesmo tendo em mente personagens quase tão incrivelmente diferentes de mim que seria quase uma piada tentar viver da forma que vivem. resgatei dentro desse mim ralo qualquer coisa que me remetesse à sensação de se "ser" e com isso quase perdi o que tenho de mais precioso e de menos importante: eu mesma. acho que sem muito entender, ficar sem compreender é bom. deixar com que a grande massa de tudo se perca em uma grande massa de nada e com isso talvez ser ouvido, acho isso tudo bom. mas não seria assim tão simples de se falar sobre tais coisas se fossem delas apenas a vontade de virem à tona. penso eu que o bom mesmo é se querer que se viva mais do que jamais poderia se viver apenas sendo um... tudo é muito - muito muito - muito e muito complicado.

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27.12.08

momentos inesquecíveis (alice sendo melancólica) parte 1


"When I was young, about eight or so, I tried making friends with God by inviting Him to my house to watch the World Series. He never showed."

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Jim Carrol (poeta, personagem real vivido por Leonardo DiCaprio no filme The Basketball Diaries) em cena do filme, marcou minha INFANCIA, sim, sim, eu era uma piveta (acho que aqui cabe dizer que eu era um "pivete" já que pivetA não deve existir)! hahaha!



Fiquei curiosa!


Quem me disse aqui no blog que não gosta muito do Sant, me explique o porquê por favor! É só por curiosidade mesmo, porque pra mim, tudo o que ele faz é ouro!

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Milk

Há tempos que estava doida para assistir o novo filme de Gus Van Sant (Garotos de Programa, Ultimos dias) intitulado MILK. Não, o filme não é sobre a bebida tirada da vaca que ingerímos no café da manhã. Milk é o sobrenome do primeiro político abertamente gay eleito para qualquer cargo no governo da história.

Eu já tinha ouvido falar do homem Harvey Milk, e sabia mais ou menos sobre a sua história, mas nunca imaginei que fosse tão absolutamente interessante e incessantemente desumana como foi. Milk abriu as portas para que um país cheio de preconceitos e moralidades imbecis fosse tomado por uma onda de compreensão quase inédita (mas que não parece ter durado muito), porque sim, até a década de setenta qualquer um que era abertamente homossexual era morto por andar na calçada... Opa! Parece que isso não mudou muito, não é? Harvey é interpretado por Sean Penn, que digamos de passagem está tão impecável que não dá nem pra acreditar que NÃO É o Milk mesmo quem está na tela! Olha... coisa difícil de se acreditar mas é verdade! O cara conseguiu encarnar não só uma pessoa, mas uma era inteira em seus dois olhinhos de manteiga. O elenco inteiro está perfeito, Emile Hirsch que foi dirigido por Penn em Into the Wild está mais do que digníssimo como o molequinho que aparentemente não acha que política faz parte da sua vida até se transformar no maior ativista de todos ao lado de Milk. Josh Brolin que viveu George W. Bush no filme W. de Oliver Stone, merece todo o nosso ódio (ao personagem, é claro) interpretando o retrógrado Dan White que acaba ganhando mais espaço na história do que gostaríamos...



Enfim! Não vou estragar a história contando o final! Mas saibam que o negócio acaba mal, como Gus Van Sant nos conta bem no início do filme, sem contar que isso tudo se passa em San Francisco na California a cidade norte americana mais colorida de todas, talvez seja por todo o sangue que rolou por entre as sarjetas...



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26.12.08

Acabou!

Natal acabou! Relaaaaaxem, larguem as caras cansadas de frente para a TV e assistam à alguma coisa que não seja o de sempre. O pesadelo ACABOU! Viva!

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23.12.08

sobre o natal

Ao ser perseguido por uma árvore de natal CORRA MUITO!

Dona Alice, por falta de qualquer motivo ou vontade de se manifestar no natal, resolveu prestar homenagem à realeza que rege seus dias: sua cabeça maníaca. Ela decidiu que, mesmo assistindo de camarote a loucura consumista de natal no coração do consumismo mundial, - ela vive bem no MEIO dos Estados Unidos de qualquer que seja esse continente que merece não ser mencionado - ele não vai alcançá-la. Ele? Ele. Ele quem? O consumismo. Mas não foi sempre assim com a Dona Doida? Foi. Então pra que está reafirmando? Pra isso mesmo. Pra isso o que? Pra isso que você acabou de falar? Pra reafirmar? Isso. A dona Doida gosta de ser assim. Olhar os flocos de neve lá fora e os carros cheios de caixas gigantescas, pessoas no volante com caras de preocupadas, e outras na rua com sacolas e caras ainda mais preocupadas... A Dona Doida se preocupa? Nunca! O mundo é dela... Ela não precisa consumir mais nada a não ser o que já consume. Ah é? É. Então ela resolveu deixar de ser parte pra ser observadora e com isso não pode, de jeito nenhum, desejar Feliz qualquer coisa, ela quer mesmo é ver o circo rodar e ver qual será a última atração a tomar o picadeiro...


Dona Doida manda beijos, mas nunca, NUNCA votos de qualquer coisa... (o amor dela já disse e desejou muito mais, muito antes de qualquer feriado ou data serem o que são: números apenas...)

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foto tirada daqui.


22.12.08

aos grandes dois nadas

ah e se tem coisas que respiram lodo por entre as lentes, são aqueles mesmos olhos que algum dia foram infantis o suficiente pra não entender do que me restava. se fizeram de compadres, de uma coisa única e linda, e claro, usaram o para sempre e o eternamente como se fosse mel nesse café sem gosto que eu teimei em ingerir. eu sei, eu sei. eu sempre sei, desde o começo. essa é a diferença. e enquanto o sol se depara com o fim eu gasto meio terço de uma página enquanto eles gastam o mundo a fora sem precisar de mais nada que não seja a velha, boa e eterna irrealidade. eu aceito e me calo. não faço mais do que minha obrigação.

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21.12.08


Tem capítulo novo no Eu lembrarei abril...

Comentários já estão funcionando!

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20.12.08

Leo e (algum) Salles

"Adoraria trabalhar com Walter Salles", diz Leonardo DiCaprio...

Algm por favor trate de colocar ALICE no lugar de WALTER!

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senta que lá vem a história

E lá vai Dona Alice começar mais uma historia que talvez não tenha fim...

Ontem, depois de pensar em sonhos e arte, dei um começo a um texto que não sei bem onde vai parar e dele fiz um blog, o Eu lembrarei Abril... que já está pronto pra receber visitas!

Lembre-se que a Alice aqui é demente!


Beijos a todos!


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19.12.08


'I cannot stop the thought, I'm running in the dark...
Coming up a which way sign, all good truants must decide...

Some die just to live...'

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porque quando o ar frio soprava com todas as forças de um pulmão sem vida, o ar cortava a mim. cortava a quem caminhava pela mesma calçada, pela mesma rua, pelas mesmas esquinas escuras que passei. porque, sem férias, sem descanso, sem tempo nenhum para se parar e ver, eu via, sentia o cheiro e continuava, quieta, olhando por uma ponte qualquer um túmulo qualquer de gentes mil que sem perceber o eu ali quieto e insensível os jogando o abismo de volta, berravam e enlouqueciam a si mesmos, sem perspectiva nenhuma, sem voltar jamais para casa. porque, sem resposta eu ficava a espreita. qualquer coisa era mais do que nada e o nada era o único que confortava. porque naquelas ruas eu chorei, sonhei e nunca sorri. porque nas mesmas ruas eu me apressei, eu me entreguei, me joguei a qualquer um que vinha na direção contrária. porque, sem mais nem menos, eu me rendi e perdi o jogo, e nos últimos segundos do segundo tempo eu voltei a querer e o querer é o maior dos prazeres. porque, sem mais, sem menos, sem qualquer coisa que se perca eu ganhei de presente de uma cidade inteira o desprezo que me fez ser quem sou, e dessa cidade eu ganhei o amor que eu nunca perdi, ganhei os olhos que eu nunca mais vi, ganhei sonhos que nunca mais me abandonaram. porque dela eu ganhei vida, nela eu quase perdi vida e pra ela que eu canto, todas as manhãs do meu dia.

***

porque me lembra da minha "hometown" - adele, hometown glory


I like it in the city , when the air is so thick and opaque... I love to see everybody in short skirts , shorts and shades. I like it in the city when two worlds collide: You get the people and the government, everybody taking different sides... Shows that we ain't gonna stand shit, shows that we are united, shows that we ain't gonna take it. round my hometown memories are fresh, round my hometown the people I've met are the wonders of my world...

***

essa é só uma parte da música escrita pela Adele - mas a que maisme lembra de São Paulo - hometown glory sobre Londres.


16.12.08

de l'odorat


Ele. Era ele pois era uma entidade sua, separada de qualquer ser que seria único se fosse junto a ele. Era uma dor quente de se apreciar, de longe... Pois era conhecida por todos a sua reputação, conseguiria transformar a menor e mais delicada pétala em destroços que, como se um sopro leve tivesse por si só tomado conta de tudo, estaria desfeita em segundos com um beijo único, mas fatal. Era preguiçoso também, de uma certa forma gostava de se prolongar em cadeiras ordinárias pela calçada observando o movimento. Quem passava que fosse atraído por ele, não desviava olhares, era com prazer que ele os encarava e devolvia um afeto imperfeito. Irreal. Surreal. Era de se esperar, foi criado para isso. Nasceu de um sopro, reticente, nasceu do fim de uma vida. Era de se algemar por tantos crimes cometidos contra mulheres que, de indefesas nada possuíam. Era de se trancafiar, mas ninguém tinha coragem. Continuavam a deixá-lo livre para ensinar algo ao resto dos eles pelo mundo por onde perambulava. Mantinham sua chama acesa por quanto tempo fosse, até que alguém tomasse dele o seu reino.

***

foto daqui.

15.12.08

Tertúlias Virtuais - BRASIL


Não sei o que falar da minha terra...

Talvez que seja uma terra de encantos quase tristes e alegres que em conjunto se transformam num ninho pra todas as gentes...

Talvez, deveria explicar como foi a minha vida, e como eu fui criada caminhando nas ruas e avenidas cinzas da minha cidade - a maior de todas da minha terra - e como o sol se punha sempre numa falta de ar que me lembrava que dias melhores viriam...

Talvez eu ainda devesse deixar passar. Afinal, a minha terra é verde, amarela e anil e com cores tão expressivas assim, eu deveria calar e deixar minha terra falar por si mesma...

Brasil...terra berço de todas as terras. Berço meu.


É sim uma terra de encantos mil, e de dores que partiram de amores idos e jamais vistos novamente.

***

14.12.08

so mean to me

ela que amarra qualquer coisa dentro da bolsa esquece de desamarrar o sorriso. rendia-se perfeitamente sóbrea ao que impunham a sua pessoa, calada respondia que sim, pra se pendurar por um fio daquele penhasco que sem recuo repousava em seus dedos de lixa fina, como se andassem remoendo cloros e doenças duras de águas paradas em casas quaisquer que onde morava alguma esperança doída, relutante e cega e que por alguma razão se rendia também a ela.

***

13.12.08

The All Seeing Eye



poesia e foto minha, para ampliar e ler melhor clique na imagem...

eu chorava, cheguei a soluçar...




Assistam!


*Assisti esse video pela primeira vez no sie da Kali.


"In a closed society where everybody's guilty, the only crime is getting caught. In a world of thieves, the only final sin is stupidity."

***

beverly kenney, estava ouvindo a voz dela e...


"I hate rock'n'roll"

Cantora de jazz completamente esquecida do público, namorada de beatnik e triste, muito triste. Se suicidou quando tinha 28 anos em 13 de abril de 1960.

***

12.12.08

ainda sobre o john lennon e a morte dele

Isso aqui não é um artigo jornalístico! Estou tentando lembrar o que vi no filme Imagine.


Quem já assistiu ao documentário Imagine que foi feito de cenas de toda a vida do Lennon, e com uma entrevista que acabou nunca indo pro ar na sua casa em algum lugar no meio do mato, vai saber do que eu to falando - e vai me ajudar também porque eu deixei o DVD em São Paulo!

Em duas ocasiões no filme, você percebe que muitos anos antes do dito ter sido assassinado ele foi de uma certa forma "avisado" que algo de ruim estava por vir - não precisa concordar comigo, só continue lendo - e que seria algo relacionado a um fã doidão e às ruas de NY! Quer ver só?

Quando ele e a Yoko - que agora me deu raiva porque ao ouvir os tiros SAIU CORRENDO em vez de fazer algo mais... vamos dizer protetor em relação ao macho dela - estavam na cama no Canada pra semana "In Bed For Peace ", eles receberam uma carta de uma pessoa qualquer. No video o John a lê em voz alta e diz algo como isso (to lembrando de cabeça!):
"tome cuidado, você sofrerá uma tentativa de assassinato nas ruas de Nova York!". Assim que ele termina de ler a frase - completamente sério - a mulher louca do lado dele dá risada. Sim, sim, a mesma Yoko que saiu correndo ao ouvir os tiros.

Bom...


Mais adiante no documentário, eles estão no estúdio montado na casa de campo em que vivem e que não possui nenhum muro ou nenhuma outra forma de marcação territorial, quando um amigo do Lennon percebe um cara, sujo, jovem e desorientando observando o movimento em algum arbusto perto da casa... John, muito curioso, serelepe e bobão caminha até o lugar onde falaram que avistaram alguém todo despreocupado. E não é que tem alguém ali mesmo!? Um jovem sujinho e que deveria estar bem fedidinho plantado e mudo feito um zumbi.

John o traz para dentro de casa, o alimenta, dá cházinho para a criança e pergunta "o que houve?", o rapaz mais que prontamente responde "suas músicas são a única coisa com que me identifico" (eu não lembro direitinho o que ele falou) "na musica tal você estava falando para mim?", o John engasga! Ele responde "Bom, essa música é do Paul, não tenho certeza o que ele quis dizer com aquilo" e por aí vai... resumindo, o rapaz achava que o John falava com ele ATRAVÉS DAS MÚSICAS.... coisa que o Chapman fazia também.


O que você acha?!

Ai ai ai....
Só queria desabafar.


***

frasesinha



"E quando você percebe que algo está errado e ninguém fala nada com nada, tudo é sem sentido e sem razão de ser, você pode ter certeza que o governo está por trás disso."



James Roberts, meu sogro e ex-senador (republicano, não se animem muito) pelo estado do Colorado nos Estados Unidos na era Bill Clinton.

***

colagem - alice mata o natal


*fotos por mim, colagem também, loucura? faz parte.*

the killing of john lennon ou quando um covarde aceita o seu "destino"

Pois outro dia mesmo assisti a um filme chamado The Killing of John Lennon que retrata, passo por passo e palavra por palavra os últimos passos do assassino de John Lennon - também conhecido por Mark David Chapman - até o fim... Claro que já conhecia bem a história, já sabia por exemplo que algumas horas antes do assassinato em si, Chapman que estava plantado na frente do prédio do Lennon conseguiu um autógrafo mesmo que saía despreocupado com sua esposa que no fim did not stand by him. O filme é assustador por mostrar o quanto uma obsessão que poderia ser positiva (se é que existe algo do gênero) pode se transformar em algo doente e sem escrúpulos nenhum ou qualquer resposta racional para um crime tão... idiota. Não há palavra melhor do que essa e é por isso que eu não recomendo o filme pra quem quer simplesmente saber o que aconteceu, recomendo o filme para qualquer um que queira dar uma espiada na vida de alguém tão desprezível que mereça ser mais um no hall dos assassinos sem motivo da história.

Clique na foto do poster para saber mais do filme.


***

11.12.08

permanente

a casa tem um corredor, parece interminável, sem razão para ser.

existe um cheiro eterno de café absorvido pelas paredes que parecem serem tão eternas quanto a sua memória. grossas, feitas por verdadeiros artesões, como se colocassem, em cada tijolo, um amor infindável.

se você subir pela escada, vagarosamente, perceberá um leve ruído na madeira antiga que por mais que tenha sido desfeita de sua natureza suprema se entregou a vida de outro alguém dentro daquele pequeno mundo que na verdade era imenso e cheio de nós.
no segundo andar, o tempo parava.

era um imenso quarto de fadas, histórias e personagens sem fim como num filme que não termina - caso algo assim exista! - e se você se aventurar, algo irá acontecer, algo extraordinário e com brilho próprio, como jamais você verá igual na sua vida...

se o seu desejo é passar algum tempo lá fora, aproveite o eterno tempo meio frio, meio morno que te estoura de felicidade a cada passo na neve que não congela, a cada sopro de uma brisa de verão delicada que só acontece quando você precisa dela...

enquanto num riacho que corre perto, as crianças correm e pulam na água, na rua logo a frente uma outra casa cheia de gente que você ama e que estão constantemente ate encantar com novas histórias, livros achados em longos e perfeitos passeios por livrarias escondidas e palavras compreensivas... essas pessoas vem até você.


mas você não pode ir até elas.


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"If I'd written all the truth I knew for the past ten years, about 600 people - including me - would be rotting in prison cells from Rio to Seattle today. Absolute truth is a very rare and dangerous commodity in the context of professional journalism."


***

10.12.08

CHEGOU O PRESENTE DO JOÃO!


É isso que você leu. O fotógrafo e amigo João Menéres me mandou o seu livro - edição esgotadérrima - de portugal para minha casa em Denver nos Isteitis. E aqui estão as fotos para provar.










A esquerda está o pacote final e a direita o pacote que estava dentro do pacote! Tudo arrumadinho e organizado - coisa que pra mim é fantástica porque eu não sou assim!


E depois de todos os pacotes, O LIVRO - que tem dedicatória e tudo e eu esqueci de tirar a foto dela!
E aqui estou eu com o livro! Super feliz e agradecida ao João! Quem quiser ir ao blog dele, CLIQUE AQUI.



***

baile

ela estreava o vestido...

Radiava com penas e laços, sangue quente na boca. Era de um eterno padecer, encostada em alguma parede séria, restrigindo seus próprios movimentos... era de se morrer por alguém, e muitos de se matarem por ela mas calava em pena por si e de amor por um. Enquanto esperava pela carona, observava qualquer coisa presa no sapato. Era de uma textura única e quase não tinha forma, não saberia explicar se precisasse, e nem tentaria. Ao ouvir o cantar dos pneus novos na frente do portão resolveu deixar de lado o achado e caminhou para longe dali, deixando seus pensamentos fluírem livres com seu vestido, tinha, nos cabelos gotas de um sereno feliz, tinha alguma esperança e não pensava em mais nada, deixava-se ir.

***

Depois de uma noite de bailes e palavras insensatas, ela voltou para casa.

Ao pisar numa poça de água que havia permanecido em frente a sua porta depois da chuva se lembrou daquela qualquer coisa que encontrara no sapato e foi procurar ver o que era, estava lá ainda e com algum esforço, descalçando um pé delicadamente descolou o que havia sido posto ali talvez por engano, talvez de propósito, era algo como um papel, amassado, esquecido, quase velho...

Ao desfazer todas as dobras daquela massa, percebeu uma letra, algo escrito com pressa num papel comum.

"Se quiseres realmente me encontrar que não venha a tua tão esperada festa e aguarde por mim... Eu não vou te decepcionar."

Com um suspiro e com ele apenas fingindo-se de companhia, ela se calou. O ar pesava no peito em noites quentes como aquela.


***

9.12.08

I knew it was possible!


"Man can believe the impossible,
but man can never believe the improbable."



"As emoções do homem são despertadas mais rapidamente que sua inteligência; e, como ressaltei há algum tempo em um ensaio sobre a função da crítica, é bem mais fácil sensibilizar-se com a dor do que com a idéia. Conseqüentemente, com intenções louváveis embora mal aplicadas, atiram-se, graves e compassivos, à tarefa de remediar os males que vêem. Mas seus remédios não curam a doença: só fazem prolongá-la. De fato, seus remédios são parte da doença. Buscam solucionar o problema da pobreza, por exemplo, mantendo vivo o pobre; ou, segundo uma teoria mais avançada, entretendo o pobre. Mas isto não é uma solução: é um agravamento da dificuldade. A meta adequada é esforçar-se por reconstruir a sociedade em bases tais que nela seja impossível à pobreza. E as virtudes altruístas têm na realidade impedido de alcançar essa meta."


Mr. Wilde

8.12.08

i'll take your word for it


"if you're out to describe the truth, leave elegance to the tailor"

***

Bom, eu estava - como sempre - vagando pelo site da Anistia Internacional e encontrei uma área do site chamada Holiday Card Action. Pensei comigo mesma "o que vem a ser isso!?" Fui olhar. Aparentemente, a Anistia organiza os nomes de indivíduos que estão lutando contra abusos contra os seus direitos por todo o mundo. Nessa página eles deixam impressos seus endereços para que quem quiser possa escrever uma cartinha, um cartão, qualquer coisa que leve a essas pessoas coragem e apoiopara continuarem a luta! Não é fantástico? Eu jáo separei os nomes para quem eu enviarei minhas palavras que não são mais do que palavras, mas que podem de alguma forma podem dar algum apoio moral a quem já nem sabe mais porque continua vivo... e como eu entendo disso (ou fingo entender)!

Boa tarde.

falando com moi

Ultimamente a única coisa de urgente que se existe é a vontade de não se ter que esperar por nada, pois o que aguardo está logo alí, ao alcance dos meus dedos, porém sei, e sei disso tão bem como todos sabem, nada vem assim do jeito que a gente quer. Tirando esse fator, também tenho preso em minha consciência o fato de que as coisas também podem vir até mim da forma como eu quero e desejo tal como foi a realidade tão feliz - e muitas vezes infeliz - de tantas gentes. Pois, o que devo seguir? Qualquer coisa que grite mais alto e mais forte do que eu porque nesse exato momento não há nada maior ou melhor do que um sonho que se retraiu em canção e abalou um ser tão desprovido de senso crítico.

6.12.08

Je pense à toi...


ele tinha um prazer quase infantil quando ouvia o som que a sola fazia ao marcar o ritmo no asfalto molhado. era um ruídozinho significante, quase incerto que o mantinha sobre a superfície de qualquer coisa que vivia. ele colava seus lábios ao seu instrumento com dúvida que o martelava o sentido, era preferível deixar de lado, pois não, era o que fazia. com um cuidado estreito reajustava os dedos longos e curvos sobre o instrumento, cada gota da chuva fina que corria pela tarde sobrevoava a sua presença com medo de o tocar, era devedora a sua fragilidade, era flagrante. os passantes, alguns calmos observavam com gosto, outros deixavam o orgulho de lado e paravam. alguns até jogavam qualquer moeda no chapéu colocado a sua frente, outros olhavam para o outro lado com um certo receio e uma pena de quem acha que aquilo não daria em nada.

a chuva aplaudia, quase sem intenção e pela metade, já que tinha outros tantos moços como aquele para entregar-se fina e lúcida como em um sonho.


*foto: william claxton


5.12.08

O grande Vazio perante a Grande Verdade inexistente, tenho dito




Eu não quero críticas. Não as aceito agora. Não quero simpatia, gente concordando ou não comigo agora, por mais que eu ame alguns e não me incomode com outros. Não existe fundamento nenhum em nada do que eu vou dizer justamente porque é sobre ele que vou dissertar. Justamente porque pela verdade que eu toco e que mora num estado invisível para os nossos olhos imundos, não se chega a lugar nenhum. Não preciso nem que leiam o que eu tenho a dizer, eu nunca pedi pela piedade de ninguém que fosse, sei que sempre serei esse ser sem pátria, sem vergonha e sem realidade assumida, não preciso ser aceita ou resumida, sou. E por tanto ser de qualquer jeito que seja, vou dizer tudo isso que tenho a dizer.


Cansei de chorar seca, sem ter mais de onde tirar lágrima. Cansei de olhar para uma caixa de luz na sala, ou para um lençol pendurado num salão cheirando a mofo soluçando, sem nem ao menos ter a certeza de que aquilo que estava fazendo parte da minha vida nos últimos sessenta e poucos minutos era uma mera ilusão e uma imagem fictícia baseada na imaginação fértil de algo que se assemelhava a um humano como eu. Não tive - e não tenho - esse tempo para perder, porque o tempo é meu amigo.

Cada vez que era ensinada - e vou usar essa palavra sem te-la sendo levada pela sua conotação real - por alguns filmes e outras imagens pouco "reais" a entender que o mundo gira sobre uma mentira bem sucedida, minha lição era maior do que minha pena. Uma pena que entrou em colapso há um bom tempo atrás quando descobri que estava formando uma mente um pouco doentia, um pouco pessimista, um pouco ilusionista e muito intrigada - eu disse
intriGADA e não intrigante - além de alimentar fantasmas que correriam atrás de mim, sem ao menos qualquer pedido de permissão nem nada. Eles simplesmente se alimentavam de minha ingenuidade, e assim ela partiu a cavalo, pra longe daqui - mas não muito longe, às vezes ainda vem me visitar, mas não vem ao caso.


Aprendi logo a me desligar, aprendi a tentar correr o mais rápido que conseguisse, mas toda vez que corria mais, mais próxima da verdade eu chegava. É, eu sei... é o que você ouviu.
Ela se apressava e me alcançava, onde eu ia lá estava ela, logo atrás de mim.

Um belo dia que eu caminhava por algumas ruas longe de onde eu vim originalmente, ela me chamava com uma aguda preocupação. A rua - que estava logo ali, sob os meus pés - gritava meu nome. Achando que era algo inocente, fui. Entrei pela porta onde via aquela luz meio apagada, mas - agora sim - intrigante. Me deixei passar de louca e fui. Nos primeiros segundos lá dentro achei que fosse mentira, claro que achei! Comprei o bilhete, entrei na sala fedida, sentei na poltrona vazia como estavam vazias as outras duzentas daquela mesma sala e esperei.


O tudo se desenterrou e se perdeu, em mim.


Confesso, nunca mais achei o fio que me levasse a bela e delinquente
desrealidade que vivia ou, melhor ainda: que fingia, desesperadamente, viver.

Eu, sinceramente cansei de tentar descrever o que vi ou qualquer coisa que aprendi, desisti de tentar e quis permanecer por algum tempo quieta. Tentei calar. Tentei de todas maneiras me negar esse direito que foi imposto a mim por alguma força estranha do destino ou de qualquer coisa que alguém queira chamar de... whatever, mas não consegui e falhei. Falhei em ser mais - ou menos, ou até nada e tudo - e falhei por simplesmente aceitar o que ouvia e que não era percebido já que palavras não eram quem explicavam a nota, era algo além disso, qualquer brilho fraco que só eu vi, que só eu - e talvez mais um ou dois - presenciou como alguma visão de um inferno particular esquisito, quase céu, quase um conforto do nada, um fundo num vazio tremendo.

Eu ainda penso que, sem nexo, chego num um. Um? Um o que? Qualquer coisa que eu sei que é, mas que não sei como e nem onde ou quando. É. E será, ou não, eterno, ou foi, só ontem.


É... É e é.


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4.12.08

hoje


sete graus negativos.
neve nos tornozelos.
estradas brancas e
casacos compridos.

cachecóis, luvas e chapéus.

do jeito que deveria ser - finalmente.



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3.12.08

rest in peace, Odetta...


"No one can dub you with dignity. That's yours to claim."

December 31 1930 - December 2 2008


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it was right there

Naquele dia o sol apareceu fraco, como um raio que desacelerava o tempo, ao menos para ele. Enquanto segurava aquela caixa quase vazia de cigarros procurava qualquer coisa que o fizesse querer fumar o único que ainda o restava. Ele queria algum sinal que fosse. A simetria daquele exemplo de falta de coerência o degolava. Eram poucos os momentos que tinha tempo para pensar em qualquer coisa que fosse, esse era um deles. A falta de harmonia nos traços dos seus dedos que desarmadamente ponderavam sobre o que ele observava o tirava do sério, e qualquer teimosia que teria carregado então se esvaziava do seu peito. Ele parava, parava para que aquele tempo que desaprendeu a viver voltasse, e a ele restava poucas formas de se prestar homenagem, tudo o que queria era poder querer, e ele quis. Com uma de suas desarmoniosas e pesadas mãos levou a simétrica caixa de volta para o bolso, o fechou para sempre que cabia naquele minuto num fundo escuro e sem volta - sem volta até a próxima hora - e sentado sobre um dos degraus enterrou a sua falta de sorriso em suas mãos. Sabia o que precisava fazer, a hora era aquela, mas seu senso crítico o falhava, o tempo o desarmava. Ele esperaria que o sinal aparecesse enquanto a angústia o alimentava. Mais uma vez.


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2.12.08

porque as vezes a gente so precisa de uma boa memoria


Junk
by Paul McCartney

Motor Cars, Handle Bars
Bicycles for Two
Broken Hearted Jubilee
Parachutes, Army Boots
Sleeping Bags for Two
Sentimental Jamboree

Buy Buy
Says the Sign in the Shop Window
Why Why
Says the Junk in the Yard

Candlesticks, Building Bricks
Something Old and New
Memories for You and Me

Buy Buy...




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1.12.08

é dada a largada no POEMADIA

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Eu terei meu poema publicado lá AMANHÃ, dia 2.
Não mais no dia 9 no outro blog como havia dito aqui...

coisas da vida!
CLIQUE AQUI PARA ABRIR O POEMADIA.


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então ela prestou atenção de um jeito que me fez tremer a espinha.
cada centímetro de pele se esticou pronto pra rasgar, transpor, pronta para largar partida. a pele estica.
cada passo se transformou em um agora sem amanhã, um seco sem razão, um fundo sem começo, eu que presto? renego tal ventania que se esbanja gritando como quem tem o poder e o domínio total sobre mim.
não perde quem acha, que ele tem.
não percebe quem friamente calcula quem se espera esfriar.
o tempo é um qualquer que não existe. o tempo reanima.
o tempo?
parou no tempo, rendido. eu me rendi mas não a ninguém.
foi a um por do sol qualquer que também não sei quando ou onde, foi.
e nessa partida foi com gosto
como gosto de batatas ao curry
como o gosto de qualquer que seja o gosto do café quase - e eu disse quase - amargo que pretendi por na boca.
a boca.
a fina pele dos lábios que
dá a razão
à boca.
o fim bateu e eu muda me redimi abrindo a porta sem alardes.
era meu o fim
e era bom.