28.2.07

MEU DEUS!


"And if I had a clue I'd know exactly what to do,iIf I were the wiser of the two... And if I saw it all so clear I'd write it down and bend your ear, if I were the clearer of the two. We could take a walk into the canyons of 5th ave., sing and dance, just to name a few... All I do, all I do... and if I heard the angels sing I'd sing it back to you and bring sound of heaven ringing just for you. and if I saw the sun fall down I'd pick it up and make a crown one that was a perfect fit for you. We could take a walk into the apple orchard by the school, we could make a little residue... We could find a place to stay a secret little hideway, spend a little time inside of you...
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All I do, all I do... All eyes, all eyes, all eyes on you..."

tonight.

viajantes do tempo, celestes e afins
regadores de sonho, caçadores de inquietação magnânima
- doença que assola minha mente não-pensante -
arrastadores de esporas, bajuladores de dentesdelo,
arroaceiros de plantão,
amantes do intenso poder da palavra não.
- aparedesujaaparedebranca -
amores de primavera
amores de verão
que cantam aos poucos, em tons de reinos
há tempos largados ao vento
- por um certo ansião -

fundidores de maravilhas
construtores de emoção
calçadores de sapatinhos de cristal envoltos em esfarrapados lenços antigos
pessoas de almas sem ternos nem gravatas e nem doenças
almas dadas às almas
de quem quer ter por alma
a sua seguinte vida, após a morte dos nossos dias,
- diasderepetiçãoextraordinária -
peço a todos vocês seus olhares - os mais profundos! -,
peço a vocês as asas mais transparentes das borboletas de seus respectivos estômagos...
peço a vocês suas dores costuradas ao meu ventre
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essa noite.

27.2.07

se entendesse de qualquer coisa muito bem
NUNCA começaria a escrever sobre nada...

26.2.07

silent waves

eu tinha certeza que tudo seria exatamente assim.
tudinho.
no canto escuro daquela sala escura naquela noite escura o mundo parecia bem menor afinal. tudo estava literalmente a um passo de distância e tudo era tão familiar, tão parecido com aquilo que ela já conhecia que fazia com que o pequeno laço que contornava o decote do seu vestido parecer ser feito de teia, como a teia que ela via ligando tudo e todos. a energia que impulsionou dr. king impulsinou seus pares e a impulsionará...
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pensava quietinha a menina escondida atrás do sofá...

the effort to be free, seems pointless from above....











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john frusciante

24.2.07

você me parece...


...familiar.
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como uma seia de natal. um penduricalho na árvore que você encontra na casa do seu amigo velho de guerra que te lembra dos dias em que seu pai te prometeu uma bicicleta mas não deu
porque teve de usar o dinheiro da pompança pra pagar a comida do mês... ah... familiar! como o revólver que apontaram na sua cara por sua amiga ter uma boca grande e deixar com que a coragem fosse toda sua, ó grande e lúcida mulher que não bebe! porque será assim tão melodramática a sua vida!? sim, muito... familiar! como o rosto desfigurado na janela que tem o cheiro peculiar de pinho, o mesmo pinho que está no desinfetante que você usa pra limpar o chão do banheiro na sua casa que não é o mesmo que a dona holanda usava pra limpar a casa que você morava com o seu pai mas que te fez lembrar daquilo mesmo assim porque é desinfetante de qualquer maneira e assim fica mais fácil de lembrar das coisas, unindo fatos, chegando ao passado, reunindo o futuro e blá blá blá. familiar como a roupa no varal e você correndo pelada pra pegar a única camiseta que você tem pra vestir! ai ai ai... maria do bairro é pouco pra você! dona familiar! amélia é pouco pra você! dona familiar, toda familiar! ju-li-eet é pouco pra você! e tudo me parece tão... familiar. como o tranquilo presentimento do desequilíbrio logo ali na próxima avenida, posto por pouco tempo na sua balança, retirado de cena ao leve som da deselegência. é familiar a tua música, como será em qualquer casa no mundo. é familiar o teu balanço, como será em qualquer esquina do mundo. é familiar teu sorriso como será em qualquer parte do mundo... e eu nem me lembro da última vez que te disse que ser tão familiar assim é bom. novas lembranças não me assustam.
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how familiar!

22.2.07

can you see? behind the golden mountain the huge smile in her thick lips...

o processo começou.
a língua já está enrolando e junto com ela o cérebro, pesado, cheio de idéias.
tô pensando em inglês! tá difícil falar em português...
passado o susto, vem a sensação que tive antes de viajar pela primeira vez para fora do país...
a cabeça a mil, o corpo também (ai alice! todo mundo sente isso).
o organismo aflito e ligeiro, quase no ritmo do sono, no momento um pouco antes de acordar de um sonho bom... dessa vez quando eu acordar estarei de frente para o que algum dia será meu grande plano, meu enjôo e meu paraíso...
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deus!
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dá até uma pontada no estômago! queima de tanta audácia nesse serzinho... dá estalos nos meus ouvidos, tremiliques nas minhas mãos grandalhonas, sensação de que não importa o quanto eu tomo de líquido, minha boca estará sempre seca... a garganta está segurando um grito... de alegria incontestável!
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das janelas e das portas eu consigo ver o sol entrar e falar baixinho no meu ouvido: vai logo neném... se não for nem eu te quero mais!
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igual a bruxa horrível com a pele cinza, a boca sem dentes, os olhos amarelados e com mãos enrugadas e pegajosas que apareceu no meu sonho na péssima noite que minha casa pegou fogo. ela me acordou pra eu me salvar a tempo, se não fosse ela não estaria aqui hoje e se não fosse por esse calor escaldante na minha nuca, não sairia nunca do lugar...
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ufa!
life is good, my friend... "all you need is never all that hard to find"...

21.2.07

a campanha do bono, a bolacha que quer salvar o mundo...

eu não sei se eu acho tudo isso muito lindo.
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se eu deixo essa
leveza de espírito tomar conta de mim. essa boa causa que parece tão certa mas que não me deixa mais segura de nada. juro que sempre acreditei em causas humanitárias mas cada vez me parece mais que tudo não passa de uma grande e linda ilusão. assisti ao pearl jam e o bono vox mudarem a letra de keep on rockin' in the free world do neil young para a música se encaixar perfeitamente na campanha branca e limpa do make poverty history. te falo que me arrepiei, no primeiro instante. sei que eles querem mesmo dizer aquelas palavras tão cheias de sentido, aqueles desejos reais de que o mundo seja justo, justo, justo... mas eu não sei o que pensar. e esse mesmo eddie vedder (tão lindo, tão justo...) escreveu uma carta em 2000 para toda a humanidade falando o quanto ele não acreditava em mais nada e que o fim realmente poderia chegar, já que a humanidade estava falida... eu não sei mais o que acreditar. quando finalmente cheguei ao ponto de não querer mais que a noite chegasse para que a merda do medo não tomasse conta de mim, para que eu não saísse de casa ou do trabalho e sentisse que a qualquer momento tudo, tudo poderia ir pros ares... a porcaria do terror dessa gente já chegou em mim também. nesse monumento de coragem, nesse poço de esperança...
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e eu continuo tentando enfiar na minha cabeça que esse terror é coisa de controle da população sim! continuo acreditando que a humanidade não está falida não! que a vida merece uma chance... que talvez esse terrorismo camuflado como cuidado e carinho não passe mesmo de um bom marketing pra manter seja lá que força que nos controla no poder.
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what should i do!? why should i care...

20.2.07

a constatação de que...

a janela...
me lembrando que gostaria de estar em outro lugar, em outro mundo...
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são algumas as coisas que eu amo, a sensação do pano lisinho nas pontas dos meus dedos. o espelho refletindo minas mãos sobre a bolsa, sobre o meu colo. o cheiro do mato molhado, os olhos arredondados e perfeitos dos cervos comendo o amendoim da minha mão...
é a janela, me lembrando que gostaria de estar em outro lugar, em outro mundo...
porque se eu pedisse para estar com você, seus braços se abririam como abrem as portas para aqueles que sempre foram de casa, mas nunca se acostumaram com a paisagem. eu gosto do ar daqui, de carregar meu corpo para cima e para baixo, pensando, me viciando em todas as pessoas que falam a minha língua...
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e então olho pela janela, me lembrando que gostaria de estar em outro lugar, em outro mundo...

unsure where this came from - kerouac

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"when you become enlightened

you will know
that
you've always been enlightened all along"

17.2.07

pacotinho na porta, beijinho na bochecha

existe sempre um bode espiatório, um crime ilusório pra se desvendar.
um slogan bonito e poderoso pra prender o pé de quem não aprende nada mesmo, nem caindo.
uma merda de um poço sem fundo para todos aqueles que não tem culpa mas que infelizmente nasceram no lugar errado, na hora errada e dos pais errados... O QUE!?
sempre tem alguém pra servir de fotografia estampada na camiseta de alguém
um mártir.
um santo.
muitas vezes um rosto com justificativa para ser louco, são, assassino e piedoso, tudo ao mesmo tempo.
existe sempre uma boa saída
de mestre
pra qualquer situação.
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existe sempre um caminho absolutamente seguro
para quem merece a perseguição.
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para quem não merece existe sempre o fim no próximo acostamento.
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as luzes que iluminam maria
não iluminam o bruninho...
e talvez a fresta na porta
não seja apenas
um sinal de cupim na casa...
perfeito esse momentu, esse gelare, esse designiu montado como plano de fundo para alguns viverem e para outros justamente (?!?) morrerem
afinal,
ninguém anunciou
na criação do mundo
quem é merecedor da vida...
não me lembro disso mas me lembro de ouvir muitas vezes sobre minha incrível semelhança ao tal deus tão poderoso
que seria a minha salvação.
minha semelhança é tão grande que me sinto preparada para recriar minha história.
mesmo que para nunca ser lida.
mesmo que não vire best-seller, livro de cabeceira ou diário querido de alguém...
mesmo que não seja citação em blog.
mesmo que não seja capa de revista.
mesmo que nem seja história... vai ser reescrita.
digo...
recomeçada.
sempre inclinada
à
infinita
iluminação...

the caucasian-redish-negroid-yellow guilt

tenho algo tatuado em minha pele.
uma culpa ancestral, que se misturou ao meu sangue,
quando meus pais, avós, bisavós e tataravós teimaram em se unir.
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está na minha pele e correndo em minhas veias, toda a genética do terror infligido e do terror assumido. do castigo e da ameaça severa, plena, da discórdia e ferida aberta do peito do mundo. eu passo por qualquer espelho e percebo o nariz levemente arrebitado, com o sinal de um pequeno osso arredondado no centro dele, a pele excessivamente branca, as manchas que mostram que ficar exposta ao sol não é o melhor para mim... as orelhas pequenas mas alongadas, a pontinha que não se separa do início da mandíbula, o queixo pequeno e pontudo... os ombros mais largos, as curvas bem arredontadas, as perninhas longas mas bem recheadas... será que saber que de algum lugar do passado alguém na espanha encontrou outro alguém de portugal e então fizeram algo parecido com o que deu início a minha história? não é o suficiente e eu não tenho saco pra procurar brasões, histórias e discussões sobre o passado de uma linhagem que justamente por nunca ter se preocupado, nunca sequer existiu. mas sei que carrego no meu sangue e no nome que assumi uma marca e uma dor... uma certeza da dor que já causei e que não quero mais causar.
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tá aí. mais uma razão pra ser quem sou...

16.2.07

eu te amo, eu te amo, eu te amo, libriano...


o Flea (vulgo Michael Balzary - o moço aí de cima) escreve emails para o perdido qualquer que ouse entrar no site dos peppers e não clicar direto nas fotos... aqui vai o último que ele mandou. simplesmente fora de série.
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Date: Friday, December 8, 2006
Subject:
From: "Michael Balzary"
To: members@redhotchilipeppers.com
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hi
dec 8 over here in austria
its very late at night
528 am to be exact
been watching the news
i must say this whole war in iraq has seemed to move a modicum in a
more positive direction
with this study group's report that talking to people and trying
diplomacy
might be better than silence and rhetoric and the threat of violence
certainly a dialogue with iran and syria is better than none
if there was one problem worked out through the course of dialogue
then it would be worth it
talking can only help
and even for those people who think it is of paramount importance for
the u.s.a. to be the biggest political and economic influence in the
world
surely they can see that continuing this absurd war in iraq in the
current manner has only diminished respect and influence for the
united states world wide
.
of course, invading iraq was a catastrophic mistake from the get go
but at least this report being taken seriously by the united states
government is a small step in the right direction
the invasion of iraq was a moronic move that made the world a much
less safe and less happy place to be
and the hugest blunder of the united states during my life
time...........well i guess vietnam was a pretty bad waste of lives
too..........
this war has done nothing to stop terrorism it has only made it worse
on the tragic day when al qaeda took out the twin towers
a day that pains all of our hearts
al qaeda and osama bin laden were pointed out as the perpetrators and
we were told by our government they would be brought to justice
so they invaded iraq whose government had nothing to do with al qaeda
or with any radical religious fanaticism at all
under false pretenses, and made up lies about the weapons of mass
destruction they were supposed to have which were a threat to the u.s.a.
which iraq had none of
so they bomb the hell out of iraq
then they find saddam hussein in a hole with some snickers bars and
it is supposed to have some bearing on the terrible tragedy of sept
11th??????
something to do with stopping terrorism?
after sept 11th, the world felt for the united states, the sane world
cared about us
until the bush operation awe and kill or whatever the hell it was
called........
iraq was a sanctioned to death country which was no threat to the
u.s. at all, not to mention led by a secular government...
and yes, a lunatic of a leader who ruled his country in a terrible
way.......were they invading iraq to save the locals from the evil
saddam?
if so......where was our caring government during the genocide in
rwanda not so many years before?
or in darfur now?
geez....anyone who has paid any attention at all knows all this stuff
so why am i still blabbing on about it?
because thousands and thousands of people die violently for a lie?
and it continues unabated?
because for some reason completely beyond me there are those out
there who still think the invasion of iraq was somehow justified
aaaahhhhhh
anyways, maybe the u.s.a. can train these iraqi troops and leave a
place they have had no business being in the first place
maybe it is possible for people to have peace over there
maybe they can have their own government
maybe
.
maybe love is better than war
.
maybe diplomacy is better than dropping bombs on human beings
maybe there doesn't need to be bodies of disfigured children lying in
the street
maybe a tenth of the effort put into something as ridiculous as the
war in iraq
put into trying to create peace and understanding
could have a positive effect
maybe the united states which i love so much
could have a department of peace as well as a department of war .

desecration IS the smile upon my lovely face...

introduction:

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gente... i must confess... tá difícil ficar sem eles esses dias. sei lá porque! eles foram a minha salvação nos dias de terror que vivi sobre o manto seco e pesado dos mormons texanos (se você é mormon, i'm sorry, life sometimes suck!) e me salvaram mais algumas inúmeras vezes quando a vida parecia extremamente inútil de ser mantida... so, here i go again (ao meu vício, meu eterno vicío...)

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All alone not by myself. Another girl bad for my health... I've seen it all thru someone else (Another girl bad for my health). Celebrated but undisturbed, serenaded by the terror bird. It's seldom seen but its never heard (Serenaded by the terror bird). Never in the wrong time or wrong place, desecration is the smile on my face. The love I made is the shape of my space. My face, my face...



I love the feeling when it falls apart, disintegrated by the rising sun, a rolling black into oblivion. And I'd like to think that I'm your number one, But (I'm rolling black out of oblivion)... I wanna leave but I just get stuck. A broken record runnin' low on luck... There's heavy metal coming from your truck. I'm a (a broken record runnin' low on luck)... Never in the wrong time or wrong place, desecration is the smile on my face. The love I made is the shape of my space. My face, my face... We could all go down to Malibu and make some noise. Coca Cola doesn't do the justice, she enjoys... We could all come up with something new to be destroyed... We could all go down. I'm slow to finish but I'm quick to start and beneath the heather lies the meadowlark, and I'm (Slow to finish but I am quick to start)... Never in the wrong time or wrong place, desecration is the smile on my face, the love I made is the shape of my space...
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My face, my face...

15.2.07

these are the melancholy mechanics...

em um tempo muito ruim, você que é assim, desse jeito que você é, só consegue se manter vivo com carne que fica confortável quando encosta na sua. ela tem que encostar e fazer você se sentir saciado, cheio de amor pra dar. só olhando pela janela, vendo o mar que não é mais tão azul quanto deveria ser, os pássaros voando em direções contrárias, o vento soprando as folhas para o leste em vez do norte, não dá... o mundo pesa e ele deixou um desenho profundo no canto do seu lábio. como uma faca afiada deslizando na direção do seu pescoço. você gosta do gelo da navalha na sua pele, eu sei. os olhos já até se acostumaram com todas as tendências, todas as linhas tênues e ríspidas entre a verdade e a ficção. assim, você pensa, fica difícil não acreditar que a raça humana por decreto, é corrompida. por natureza é maleável. por amor é livre. essa liberdade, quando está silêncio e você está sozinho, é dolorida. é como uma buzina no seu ouvido. um som que teima em te atormentar e por isso você se força, e por isso ela te aprisiona. serenidade não é sinônimo de bem estar. pra você, serenidade é o seu barulho. é aquela faca no pescoço. é a corda bamba e os seus olhos molhados. constantes. fixos. se o mundo se perdesse agora, seu instinto de sobrevivência não falaria mais alto. seu instinto de solidariedade sim (não em relação à humanidade). você correria pra salvar quem te tira de sua liberdade estreita e te põe na lua. a lua, você diz, é o melhor lugar do mundo para um terráqueo como eu. a água não te assusta, o céu sim. e suas pegadas na areia não permanecem muito tempo. sua sombra já apagou... minha pequena razão, no fundo da cabeça, querendo passear por aí, me disse que te encontrou perdido na rua. mas também disse que você não estava tão perdido assim. ela disse que você finje bem mas que também não finje tão bem assim... não pra alguém como eu que fareja dor a oceanos de distância.
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i wait for the wave to break...

14.2.07

that's probably why i stare so much at you...


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"I'll do that all the time. I'll stare into anything that reflects."
E. Hawke - Ash Wednesday
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tudo na caixa lilás

deu a louca em mim.
fiquei doente do pé.
meu corpo estremeceu e eu pensei "não tenho nada que escrevi guardado. nada organizado!".
a sacudida do desespero fez crescer em mim a minha compulsão por memórias. saí fuçando nas prateleiras, nas caixas que deixam meu quarto ainda mais bagunçado, nas gavetas, debaixo das botas e dos tênis, dentro das bolsas antigas, na mochila guardada e no carro... encontrei mais coisa do que eu lembrava que tinha escrito.
diários incompletos, blocos de anotação, disquetes, folhas de fichário, cartas para pessoas imaginárias, poesias escritas por mim e por minha antiga companheira de loucuras livia demarchi, bilhetinhos e cadernos capengas... muita loucura em tão pouco tempo!
lembrei que tinha pouquíssimas fotografias reveladas, todas estão em computadores alheios!
porque eu não tenho um computador!
gravei milhares delas em um cd e mandei revelar e...
pronto!
muitas memórias agora todas em uma caixa enorme e lilás!
só pra ocupar MAIS espaço no meu quarto.
pra ocupar MAIS espaço no meu coração.
o resto eu jogo tudo fora...
odeio guardar coisa mas essas coisas, essas memórias, são preciosas porque são os itens que não falham em mostrar quem eu sou.
achei um papelzinho escrito jogado em uma bolsa que coloquei também em minha caixa lilás que dizia assim:
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"olho para trás e não vejo nada. sou uma retrospectiva do meu futuro."
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achei fantástico!
era minha a frase e até lembrei do dia que a escrevi. lembrei de onde estava, da sensação que me fez escrever aquilo...
depois que a poeira baixa é que sabemos que o que a gente mais quer esquecer é o que mais contribui para nossa personalidade e para nossa existência futura.
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agora isso faz muito sentido para mim...

13.2.07

is hapinness a warm gun? bang bang shoop shoop...

e na rua a festa é regada à cocaína em bandejas de prata, pra todos que querem ver o poder do desespero... e nas mansões a festa é regada à cocaína em bandejas de prata, pra ninguém ver o poder da falta de respeito... e no meu coração a festa é regada a doce tarefa de sorrir. ouvir o tempo perdido entre a inocência e a malícia descomunal das missas de domingo, pra todos que querem ver o poder do amor. e mesmo assim eu ligo o meu mp3 player rosa pra tocar blackbird. porque por toda a minha vida eu só estava esperando esse momento aparecer...
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Blackbird
Paul McCartney
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Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise.
Blackbird singing in the dead of night
Take these sunken eyes and learn to see
All your life
You were only waiting for this moment to be free.
Blackbird fly
Blackbird fly
Into the light of the dark black night.
Blackbird fly
Blackbird fly
Into the light of the dark black night.
Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise.

12.2.07

pequenos corações e uma história humana




ontem assisti ao filme little children, que absurdamente traduziara
m para pecados íntimos. não tem pecado nenhum ali!
para mim esse filme é a antítese do fervoroso babel. peço desculpas a todos aqueles que são fãs da falta de esperança no humano retradada por alejandro gonzález iñárritu e que enchem a boca pra falar que "esse filme sim retrata a realidade". eu também acredito nessa realidade mostrada no filme, o meu problema com ele é que acredito demais que todo ser-humano merece a liberdade de tudo aquilo que faz sofrer e o que me tocou na história de little children foi essa verdadeira "fé" - se quiser chamar disso - nos seres humanos e na capacidade que todos nós temos de nos instigarmos... até chegarmos à nossa própria verdade. estamos tão perdidos nesse mundo frio que acabamos escolhendo a primeira opinião bem formada que encontramos em vez de procuramos resgatar mais de nós mesmos. talvez por falta de tempo... falta de vontade ou até por não sentir falta de tal discussão interna. aceitar o que é pronto e mastigado é uma delícia... encanta os fracos e fortalece quem precisa procurar por quilômetros e quilômetros pelo seu pão de cada dia...
retornando ao filme, o nome diz tudo. ali são todos pequenas crianças, aprendendo a viver quando toda a sociedade em volta massacra qualquer faísca de sonho, de possibilidade, de amor.
enfim, não tem o que se falar a respeito da sensação que tomou conta de mim após o filme... só sei que fazia tempo que não via alguém com a mesma visão calorosa que tenho a respeito da humanidade. sei que parece absurdo, mas ainda acredito nela... acredio que em algum ponto ela será o que na origem foi e não terá mais que sofrer e nem fazer sofrer... eu acredito porque sei que será assim...
e vendo só filme que desmente toda essa esperança vai ficar difícil fazer alguém acreditar em mim!

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have a nice day, sunshine.

10.2.07

specially in california's north coast

está tão perto...
uma casa de madeira assim meio clara, com cara de gasta, não é?
sim é sim!
um jardim, e depois dele um campo aberto... lá ao fundo algumas montanhas, um ar de flor de campo mesmo tendo poucas em volta... eu sei.
você sabe mesmo.
um dia azul, aquele calorzinho com brisa, né? os grilos começando a reclamar, né?
nossa... é sim!
o som que você deixou ligado lá fora, dá pra sentir o baixo aqui no chão, debaixo dos nossos pés. e você tá com aquela jardineirazinha, de saia, all star preto, cabelo todo desgrenhado!
eu sempre tô com o cabelo assim!
é mesmo... mas eu tô vendo isso aí que você tá sentindo. tá perto mesmo. e tem aquele golden que você quer, que parece de comercial de purina!!! e o labrador, nossa como ele corre! a pequenina sem raça tá até cansada de tanto correr atrás dele! você vai me levar pra pegar madeira lá naquela casinho no fim do jardim?
mas é claro, né!
e a gente entra e você faz um jantar gostoso...
sim, faço sim...
eu já tô sentindo o cheirinho de manjericão! meu deus, você ama esse negócio! e depois do jantar a gente vai até o fim da estrada pra ficar no penhasco assistindo as luzinhas lá de baixo?
com certeza, amor...
que delícia! to sentindo, tá tão perto...

denovo!?

começa com um pé, termina com uma mão.
o pé dá o primeiro passo
e o dono desse pé dá a mão para aquele que quer arrancar dele o coração.
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-ah... mas que história mais batida essa.
-é né? fazer o que, é a história mais repetida do mundo!
-e você tem que ser tão previsível?
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silêncio ensurdecedor.
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-sim, preciso ser assim tão previsível, já que é pra ser qualquer coisa...

só não muda muuito...


hey, what would you say if I changed?
changed everything but my name...


play it again and I'll come around, I'll come around
but not for the last time...

tá, desabafo rápido

Globalização não reduz
pobreza no mundo, diz ONU*
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meu deusinho... QUEM DISSE QUE RESOLVERIA!?
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9.2.07

the beat kind

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hummm... it tastes good...
and it sounds smooth...
and it makes me feel like a goose...
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rá rá rá

a incrível questão do ser ou não ser... alegre

deus, me dê um pouco de humor!
quem me vê e me conhece pouco me acha um deslumbre de felicidade, um trambolho com recheio de alegria. um pão de mel de tão doce. um doce que esconde um caroço cheio de cravos, completamente complacente com a miséria de sua própria existência com aquele doce todo em volta. será que é impossível um pouco de humor em mim?
abro um livro e vou logo procurando pelas frases de efeito que me compelem a crer na crueldade humana. ouço as músicas que me lembram de todas as feridas que não secam, vejo os filmes que me entregam ao abismo dessa complexidade humana tão abstrata que cada vez mais parece coisa de stanley kubrick. "o ser humano é sujo. sujo. sujo." às vezes isso toma conta de mim.
e quando algum humano que na verdade não é sujo sujo sujo (mas é um pouco) vem a mim para mostrar o video recente mais cômico no youtube, eu gelo. "vou ter que figir achar engraçado denovo". e eu sempre fingi tão bem que dói. a alma inteira estremece. não me canso de sentir esse amargo em mim, o amargo me faz feliz. e mesmo quando estou me sentindo bem, busco o consolo no olhar triste do outro.
preciso sempre me espremer nos cantinhos onde mora a miséria humana, me alimentar dela e deixar com que ela me liberte.
sou fruto de uma mãe cristã.
filha de um pai gênio.
será que ainda há chance em mim para que eu encontre um rastro de humor encrostado em algum órgão ferido aqui dentro de mim?
será que eu quero?
the satisfaction i need is not even lying beneath earthly soil.
e a música que toca nunca é alegre.
e isso tudo me faz pensar que ser bobo alegre é a coisa mais pesada que um humano pode fazer. ser tonto é quase negar a sua existência, a dor que sua mãe sentiu quando você nasceu, o ardido no joelho quando você caiu no campinho de futebol, a sensação de lixo que te invadiu quando foi dispensado porque era gordo demais! whatever!
mas se ser bobo alegre é a única coisa que faz tanta gente sobreviver, e digo novamente, SOBREVIVER, então será que é no fim algo... bom?

8.2.07

the love parade


" I do wish I ruled the world - I think it'd be a better place. "
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Love Michelle Harrison

the realm of terror...

e a chuva cinza me dá um conforto danado. mas eu tento não pensar enquanto ela passa. o terror do dia, do que tem de ser feito, de todos os nós que me atam à realidade me atormenta. e se a tormenta for muito grande um dia ao ponto de me paralizar e freiar minha própria vontade de tentar? se já aconteceu antes com os outros, pode acontecer comigo?
se nada mais tivesse o mesmo poder que a rotina tem sobre mim, eu poderia ser livre.
e o que é a liberdade afinal?
é poder gritar e sair por aí vivendo de qualquer maneira, destrinchando e esmiuçando as pequeninices que fazem parte do que eu sei e do que não sei?
talvez seja não se ter liberdade para poder querer sempre mais.
talvez seja se trancar no carro, e esperar a chuva cair.

6.2.07

nathan e iris, parte....dois?

ela voltou correndo para casa.
a casa era pequena o suficiente para que ela não se sentisse muito confortável. tudo o que realmente sentia era o confinamento da própria angústia por não ter nem dado uma chance àquele que parecia estar tão perdido como ela. mas ela não pensou. aliás pensou sim, em tudo aquilo que vai contra a sua própria índole de moça interiorana e inocente, mesmo tendo a aura mais ávida por vida, sensações e prazeres desse mundo. nathan parecia muito para ela carregar. mas algo parecia estranho, como se parte dela tivesse ficado naquele caminho até a porta de entrada da casa dele. como se algo estivesse perdido irremediavelmente. íris estava tão confusa que não parava no lugar. as mesmas botas de cano alto e preto ainda estavam apertando seus pés e a maquiagem em volta dos olhos começava a borrar. a noite tinha sido tão perturbadora que nem as unhas escaparam de sua fúria.

“se parar de pensar no que aconteceu, talvez essa noite suma da minha memória!”

pensou em voz alta olhando para o espelho antigo e manchado com bordas de aço já sem pintura e enferrujadas, pendurado em seu pequeno banheiro acima da pia que já estava descolando da parede, deixando marcas de cimento e tinta descascadas pelo chão.

nathan preparava o leite quente com chocolate que a pequena lya adorava tomar antes de dormir. enquanto ele olhava fixamente para a leiteira sobre o fogão, seus pensamentos estavam longe, muito longe com íris, em algum lugar daquela imensa cidade. sua filha se sentou no banco alto de frente para o balcão no centro da cozinha observando seu pai.

-você não está bem, papai.

com um forte suspiro lya tira seu pai de seus pensamentos.

-porque você diz isso?
-parece que está pensando se deve falar algo! parece que está escondendo alguma coisa...

nathan não diz nada, apenas sorri e desliga o fogo. um leve sorriso vem ao seu rosto mas continua os seus preparativos sem encarar os olhos de sua filha. ele sabe que seria flagrado! os filhos muitas vezes entendem melhor seus pais do que eles mesmos...

-você está com a mesma cara que eu faço quando quebro alguma coisa e a mãe fica perguntando o que aconteceu! pra ela eu tenho medo de falar, mas nunca tive medo de te falar nada... porque você tem medo de falar comigo?

servindo o leite com chocolate na caneca rosa da hello kitty, nathan puxa um dos bancos de madeira e se senta ao lado da filha. ele a olha bem nos olhos e sem entender nem porque está pensando as coisas que está pensando ele finalmente tira as dúvidas daquela pequena criatura.

-filha, você já sentiu que deveria ter feito algo muito grandioso e que se você tivesse feito teria finalmente alcançado todos os seus sonhos? se ao menos tivesse aceitado a oportunidade?
-mmm... acho que sim! igual quando fiquei doente e a mãe do bob me chamou pra viajar com eles! hehehe
-isso mesmo, eu me lembro disso... pois é. o pai deu uma dessas hoje. podia ter conhecido alguém do jeito que eu sempre imaginei. alguém que não está atrás do que todos os outros estão...
-do que os outros estão atrás pai?
-de tudo aquilo que não faz a mínima diferença filha!
-nossa! como assim?
-das coisas que não trazem sentido pra vida, sabe? como de uma casa maior! de um carro mais potente! uma vida de sucesso profissional... as pessoas esquecem do que fazem elas viverem.
-e você conheceu alguém que não quer tudo isso? isso é bom!?
nathan sorri e com a mão retira os cachinhos dourados do rosto da pequena lya enquanto responde:
-acho que teria a conhecido... mas não foi dessa vez.

indignada, lya segura o rosto grande do seu pai entre as mãozinhas e com a voz firme fala:

-não acha nada!você tem que ir atrás dela então! é aquela moça que tava aqui na frente não é? eu ouvi a voz dela! porque você deixou ela escapar? isso não acontece todo dia! você sabe muito bem!

e no meio da confusão que estava a cabeça dele misturado ao sentimento sincero de sua filha e a vontade nítida em seus pequenos olhos de ver seu pai feliz, ele sentiu que tudo aquilo não seria em vão. que algo poderia acontecer em breve, mas ele teria que agir.

guia para aqueles que não precisam de guia

isso tudo que está prestes a ser lido por você, caro amante de blogs, é o fruto de uma mente extremamente perturbada e insaciável, completamente formada apartir de música e de gente de música. espero que não o assuste...(p.s.: aqui tem alguns dos que eu mais amo... alguns!)

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bon apetite!
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é bom começar com o chris
ele canta como se tivesse dentro de um caixão, a beira do último segundo de ar respirável...
é bom parar com o
chris em pouco tempo. ele pode te matar do coração!
e deixe o dia desenrolar e a vida vai tomar a forma do dia,
se você quiser.
se não quiser, continue sem medo a moldar o seu espaço ao seu gosto,
talvez com o bom e velho, sempre velho young.
talvez ele abra um buraquinho no seu coração.
nesse buraquinho o nanico do bob (o dylan) faz a festa! mexendo as pequenas mãos vertiginosamente enquanto toca o piano. ele não canta, ele tira a sua atenção da música para fazer você ouvir o que ele tem a dizer. ele não encanta mas te ama, e se o sol aparecer você pode se deliciar com os desvairados baianos
(os novos baianos, porque os velhos me deixam péssima).
se a chuva cair você pode sonhar com um pouquinho de a-retha, um tiquinho assim de a...rêtá... ela pode tirar as flores do seu cabelo e deixá-las descansando sobre seu peito.
mas se a fome bater, você tem muitas opções:
se for fome de alguém, mate com um pouquinho de jim
se for fome de cores, selecione com um pouquinho de nina
se for fome de chocolate, acenda com um pouquinho de angus e malcolm
mas se for fome de ritmo, feche os olhos ao som de ben...
se tudo mais falhar e a tarde cair perdida entre seus olhos complexos e pesados, desencante de qualquer indicação, siga o seu coração e suas pernas até o disco dos
rolling stones mais próximo. e quando a noite cair sobre seus ombros, seca, dura, pragmática e sarcástica, prenda o choro com um santo par de óculos no belo estilo john winston de ser, finja não ver ou deixe-se de lado para simplesmente ser...
mas se a noite chegar e o choro acompanhar, se renda à fantástica lenda da magia, parceiro de tammi terrel, o doce gaye, e sinta na pele e nos quadris the sexual healing coming along, hon' ...
antes de dormir, se o mundo for muito pesado e a cabeça não couber sobre o traveseiro enfadonho, feche os olhos mas abra bem os ouvidos pra ouvir o eddie sussurrando baixinho you can't keep me here... e se o sono abocanhar o seu corpo, siga sonhando com ledbetter, deixando o mike chorar no seu canto, absorto em tantos penares...

5.2.07

Untitled

Eu escrevi uma canção
Talvez duas
Uma canção pra ver o teu sorriso encontrar o meu.
Foram duas noites de insônia
Uma de comilança exagerada
E alguns dias de fúria incandescente
Indecente
Tomando conta do meu país.
Você e toda a sua frota finalmente estão aqui
E as flores que aprendem a se virarem sozinhas
Não precisam de regador
Mas precisam de você.
Meu jardineiro imprestável
Meu amor invejável
Meu inimigo estático
Vença a mim nessa batalha retórica
Nessa envolvente fuga
Ao país dos templos dourados
Dos verdes ares
Dos cafés a beira dos mares...
Eu escrevi um caminhão de canções pra ti
E você as ouviu
Sem nem mesmo colocar o ouvido contra o chão arredio de tua terra.

the eagle

"é fácil deixar os outros convencerem você de que a vida é uma corrida. mas realmente não existe linha de chegada... ninguém ganha nada. pensando assim eu sempre sinto que se sua estrela guia é seu desenvolvimento pessoal, você nunca estará errado."

e.h.

a águia, o índiozinho e a menina dos quadris largos.

humm... as moças dos quadris largos são aquelas que querem aninhar o mundo no seu ventre... a mãe está de pé e assiste ao seu desapego se fingindo de coisa saudável pra dizer mais tarde que não há nada mais justo do que seu olho de águia. a águia é mãe. e como eu ouvia naqueles discos dementes do Jim Morrison, Ray Manzarek, Robbie Krieger e do John Densmore, a caravana deixou de lado seu filho robusto, aquele com as mãos mais fortes, com as pernas mais massudas e com a cara mais amarrada. ele se largou pela estrada e aprendeu a não pensar no passado. a pele fritou no concreto e estremeceu com o vento e sobre as pedras ele aprendeu a dormir no relento. hoje ele vive em busca daquela faísca que ele nunca viu, só imaginou. ele entende que o homem não pede por mais, ele exige. e se nessa exigência existe algum rastro de delicada iluminação, ele a abraça. quando a exigência não passa de uma luz fraca de um poste qualquer numa rua deserta e cinza qualquer a vontade de viver se apaga, como uma chama débil sob uma leve brisa do mar...então a águia o vigia...
leva comida quando o rapaz dorme...
ainda se lembra do dia que o encontrou vagando com os lábios secos por esse mundo seco, entre as pessoas secas desse deserto de humanidades, deserto de resistência... nesse campo de concentração ele vagava livre e a águia gosta dos livres. ela os alimenta...
ela os perdoa por serem tão parecidos com a própria lava que construiu nossa natureza...
o fervor intensificando a marca
a lava tomando forma da vida
a vida tornando o caminho da lava peregrina.
a águia o segue por saber de sua natureza e ele a ama por saber de sua visão.
(já vi um filme assim)
(já vi uma alma assim)
ela vagava pelo mundo criando discórdia entre os injustos
trazendo ervas e flores aos justos...
.
ela fala algo ao pé do meu ouvido e minhas mãos seguram com força a tulipa que ela deixou para mim logo ao amanhecer em minha janela.

1.2.07

so loosen up a little...

às vezes aquilo que tempera a loucura paira em um limbo entre a dúvida e o princípio...
às vezes nem tudo está apenas ao alcance da visão.