30.12.06

the hottest state



"Meu relacionamento com a realidade tem sido completamente distorcido
por tanto tempo que eu nem percebo mais!
É apenas a MINHA realidade."

29.12.06

shoot the artist

"sem que ele (o artista) queira,
torna-se sua tarefa infantilizar a humanidade,
eis a sua glória e o seu limite."
friedrich nietzsche
.
.
.
mate o artista.*
na porta de sua casa a fachada que encobre a verdade de que ele não mora em lugar nenhum. é talvez um cachorro sem dono, ou melhor um dono sem perspectiva, uma tela sem tinta nenhuma, ou melhor, com todos os tons e todas as cores do mundo, sem objetivo comum.
na sua porta você encontra
palavras sem sentido se unindo contra a força do açoite do tempo. para ele (o artista) as palavras sempre vieram como se vem a vida, sem nenhum aviso prévio. quase como uma obrigação celestial, uma posessão teatral, uma veia saltando na testa.
ele ri do que não sabe suportar e chora quando ama.
mate o artista, ele quer acabar com o mundo
proteja sua casa
ele quer botar fogo nas ruas
apagar a sua alma com a sua borracha
o cantor olha com aquele ar de quem sabe algo que você nunca poderia saber. foi o cantor mesmo quem o ofendeu ao se ver no outro lá em cima naquele palco o que ele mesmo não entende e transmite sem dó o que antes era tão dolorido. ele não tem pena de si porque a clemência não é própria do artista, é clara e dura como a moral do jornalista que não polpa esforços pra ocultar o que não se vê.
shoot the artist.
he ain't no human.
he won't sell his soul for a dime
he won't mind
at all
if you shoot him in the head
he will cry before you grab that gun
he'll know before you know it, but please
shoot the man that stole this life out of me
and made me
this poor, louzy liar...
shoot him at once, let him die in my arms.





*piece of crazy writting dedicated to him, him, him and her.

28.12.06

outrem...

pertinente, assistia calada ao mundo girando, girando, girando... sem nada para oferecer. até que um dia um sapo ainda brilhando há pouco livre do rio, passou pulando na minha frente. nada do que eu esperava... ele foi um sinal um tanto vago de qualquer coisa que eu queira dizer que por assim dizer é nada mais nada menos do que aquilo que eu disser que no fim pode significar algo um tanto surreal mas estramente real para mim. entendeu? achoq ue sim né? tudo que se mostra tão vago e tão único é sempre vivido no coração de outro alguém, do famoso outrem.

27.12.06

war... (i ask again)

what is it good for?

(da navegante) AVISO (aos navegantes)

a carência desmedida (e tudo que vem com ela) MATA.
.
.
se você sofre de uma severa pressão no peito cada vez que pensa no quão sozinho o ser-humano pode ser nesse mundo, não se afobe. é assim mesmo. porque você não simplesmente canaliza isso tudo? e transforma dor em algo que possa gerar vida para você? vida, na pior das hipóteses, pode trazer companhia. companhia grata por você também existir. companhia sincera que pensa e que dança no mesmo ritmo que você, ou que pelo menos está disposta a aprender. e na melhor das hipóteses a vida pode transformar quem você é. você pode escolher o que colhe no fim, pode escolher qual será a cor do seu sorriso (e se vai existir algum).
.
.
e assim a carência pode se transformar em algo que REGENERA.

uma explicação para minha linda amiga...

Veja bem meu bem, meu anjo, minha amiga.
Vou começar a viver mais o que pregamos, quem somos.
Uma parte de mim é assim:
Quando decidi amar os seres por serem seres e pelo fato simples de terem um coração, igual ou muito parecido com o meu, decidi também não come-los.
As vaquinhas no Texas eram as minhas amigas (que bucólico!). Eram as únicas que me acompanhavam do ponto do ônibus até a porta da minha casa – já que morava numa casinha que ficava entre uma fazenda e um cemitério, não havia muitos “seres” na região.
Depois da primeira vez que isso aconteceu, fui correndo contar que tinha novas amigas para minha irmã postiça (norte)americana e ela simplesmente caiu na gargalhada, mencionando o fato de que eu era mesmo uma bobinha. Silly, silly girl… tsc tsc tsc.
Mal sabia ela que no dia seguinte eu me transformaria na mais nova vegetariana do pedaço. Aqueles seres que olhavam pela minha janela mereciam meu respeito.
Às vezes ainda me lembro da carinha delas e de que realmente elas me seguiam! Algo impressionante, quase uma afirmação do meu amor enorme por tudo que é vivo. Como eu amo a vida, em todos, sim meu bem...
Como amo ver aqui ao meu lado minha menor companheira, pequena filha e irmã que tem meus olhos e meu cabelo intransigente, respirando profundamente enquanto sonha com algum osso ou com uma corrida com outros cahcorrinhos por um campo florido.
É... é uma delícia sentir que o amor é tão simples assim (e não é), tão complicado...

26.12.06

que desgaste....

e eu penso.
ligo a tevê, e penso.
ouço quem quer dizer o que tem a dizer
e penso.
sento na cadeira
na calçada
no banco do carro
e penso.
olho pra você e
penso.
penso no que tenho nas mãos, no que pode ser feito, no que pode ser deixado e então
penso.
penso no tratado, no arranjado, nos conselhos.
penso mais uma vez
no que não se deixa ser pensado.
repenso.
desato nós.
remendo.
corto cordas.
prendo pensamentos.
dou asas às fadas, deixo de lado o que resta.
penso.
penso em trinta tempos, um tempo que ontem foi sonho.
(hoje é realidade)
penso.
pensar, pensar é inerente ao ser pensante.
que pensamento... brilhante!

"enough!"

o que aprendi com Michael Moore...
"It's not a matter of whether the war is not real, or if it is, Victory is not possible. The war is not meant to be won, it is meant to be continuous. Hierarchical society is only possible on the basis of poverty and ignorance. This new version is the past and no different past can ever have existed. In principle the war effort is always planned to keep society on the brink of starvation. The war is waged by the ruling group against its own subjects and its object is not the victory over either Eurasia or East Asia but to keep the very structure of society intact." - George Orwell

é o suficiente pra você? pra mim é...

25.12.06

depois do natal, o primeiro dia de vida

logo aprendi que basta negligenciar o que se sente pra que o fogo se apague. e no meu caso, basta negligenciar para que o fogo se transforme em dor, e no fim a dor maldita se transforma em casca dura e grossa. santíssima protetora do meu bem querer: meu desejo. não é só inconcebível a minha raiva, é dolorosa. não é só minha essa dor. não é só bem entendido que no mundo há uma camada de seres confundidas por humanos, mas dignas de masmorras pelo mal impregnado em seus corações. às vezes olho em volta e me sinto em épocas medievais. e o som no meu rádio já não é tão diferente das cornetas e dos bumbos estrondosos dos campos de batalha. batalha corpo a corpo, alma contra alma. mas será que só assim algo é construído? ao som de motins e espasmos musculares, dentes fervorosos em colapso por medo do fim. será que é só assim? ao fim o medo toma conta?
há um certo tempo as vozes que me falam de coisas do mundo deixaram de serem vozes. descobri por acaso que era tudo meu. por ser meu, há algum mérito em se entregar à sensação de que nem neve nem fogo pode por fim a isso? há algum mérito em simplesmente saber que o único botão que há de salvar algo que ainda resta de bom será pressionado apenas e em conclusão por algum irmão meu, algum ser que é ao fim, humano?

23.12.06

happy birthday, pearl jammer

eu não consigo mais achar foto diferente dele... não existe mais da onde tirar, só se eu mesma, nesse dia cinza, tirasse uma foto única (daquelas pra guardar na carteira) do homem que há 42 anos fez a alegria da mamãe vedder e deu a ela o fruto do seu único e verdadeiro amor... humm... por isso que ele é tão especial. tinha que nascer, it was meant to be.

22.12.06

aprendendo a aceitar...

escrevi um segredo na tela do computador.
ele apagou, sem querer ou talvez
querendo intensamente
algo que talvez seja proibido
algo que talvez não possa ser entregue assim
(deliberadamente)
não ainda
não agora
não por mim
não...
então aceitei o toque do acaso
e não tentei escrever novamente
o grande segredo por mim desvendado...

20.12.06

independência, morte e outros segredos das catacumbas...

que lindo estar, ser, ver, receber, dar...
é o dar, o eterno doar (porque é muito mais bonito) tudo o que é meu, seu, nosso. o mundo. é de todos... a terra é de alguns, a água é de muito poucos e o vento na cara é público, insanamente público. o fogo divide sua potência com os satélites e com os homens que pisam na lua por nós. eu não piso na lua, vou mais longe. vou pra onde ninguém nem imagina, vou pra plutão. o indecifrável plutão, praticamente meu gerador... já que não é mais planeta então que seja meu satélite guia. que seja meu satélite guia... que seja. assim.
que lindo poder respirar fundo mesmo depois de uma noite péssima saber que a manhã é boa. é quente. traz luzes quentes de sol que às vezes não é tão bem vindo, mas para essa pele hoje é bom. é bom, é muito bom.
que lindo é poder deixar o tom ceder, abrir espaço, dar calmaria a gestão de caos que foi instalada... tudo que é estabelicido a longo prazo há de esvaecer, junto com a onda, junto com o mar que tá longe de mim... mas não tão longe assim.
que bom poder querer dizer o que se quer dizer. pura e simplesmente. sorrir um dia inteiro com a multidão correndo. e eu aqui, dizendo que tudo depende de quem quer. tudo depende de quem quer... tudo depende de quem quer. a independência meu amigo, está aí, a um pulinho de distância.

19.12.06

mais um dia de 2006

o calor me impele a não escrever sobre nada e nem ninguém. sobre nem a condição desfavorável do tempo. o calor não me agrada porque não me sinto em condições felizes para tal, digo isso por causa da maldita auto-estima que foi inventada por um bando de panacas que queriam vender saúde em pílulas, capsulas, esteiras, bicicletas ergométricas, linha de produtos light etc. parece que o tema se faz hoje simples, como um filme próprio de sessão da tarde. o nome da história só poderia ser esse: mais um dia de 2006. como aquela vida que tá pra chegar mas tem que deixar aquele gostinho de espera antes ou então não valeria a pena... mais um dia antes do simbólico fim e do verdadeiro início de qualquer coisa que a gente pode eventualmente chamar de um ano que dará certo (ou que será bom simplesmente). um ano, para mim, de muito trabalho só para mim (e isso é um pouco estranho já que minha vida depende do bem dos outros, sempre!). de muita coisa pra ser feita aqui dentro... 2007 tá chegando e pela primeira vez eu quero que chegue logo.

18.12.06

vocês são lindos...lindos.

rachel fuller e pete townshend...

i'm so thankful for

vou agradecer.
.
agradecer ao grande poder da música, da entrega desmedida à sensação de impotência. agradecer ao todo poderoso senhor que tudo que toca transforma em sonho, deixando a realidade para aqueles que não compartilham de nada que não seja próprio do ego deles mesmos. vou cantar "god is a concept, by which we measure our pain..." e vou sair à lá dá dá ri dá acreditando que lennon não morreu... pedir um gole de água aos que nunca cansam de pedir por algo a mais. vou agradecer ao grande e todo poderoso que criou esse circo e pedir a ele mais uma vez um papel nesse espetáculo ridículo. vou agradecer pela grande chance de continuar aqui, observando tudo sem uma mínima contribuição de minha parte. vou continuar entendendo de nada e sabendo de tudo, pelo coração, sem poder ao menos usar o que sei pra fazer você entender do que não pode ser dito. vou agradecer ao poder de simplesmente poder buscar no que é mais doloroso em mim o que há de mais contagioso no mundo pra poder transformar praga em dom e fazer do dom algo inerente à toda a humanidade. vou agradecer pela necessidade de ser alguém extremamente fora do eixo. fora do meio ou dos lados. um átomo sem saber exatamente em qual dimensão deve existir...

wish, wish, wish on

eu pensei em você e uma estrela caiu da tela do computador. como uma grande indicação de que no fim quem quer é quem pode...

16.12.06

surtos

-bloody hell...
-você está bem?
-bloo-dyy heeeellll.... tô sim.
-pra que isso então?
-tô ouvindo...
-OUVINDO?
-é, como o som sai da minha boca: blooodyyy heelll... é muito bom! tenta aí!
-tá louco!
-tááá loooouuuuucooooo... não, prefiro bloody hell!

em dois mil e seis...

porque RAIOS existem dois milhões, oitocentas e trinta e duas pessoas na rua?
nessa maldita rua?
qualquer rua que eu passo?
pra que tanta gente na rua?
porque as pessoas não entram em suas casas e dormem?
pra eu poder viver...

em mil novecentos e noventa e três...


"unhand me, fucker!"

15.12.06

coleguismo

você se esconde, feito uma mãe com depressão pós-parto.
a dor é grande e é por isso que você não a sente, prefere mentir.
a mentira é tosca e arde feito brasa no corpo de quem ama e é por isso que você gosta...
teu olhar é de nojo, é um nojo pesado e esse nojo me enoja
não cante essa canção
não chegue perto
e nem fale comigo,
tua presença não é digna
tua vida não é vivida
e mais uma vez me cansa ter que ter de querer fingir que ser é o mesmo que estar de bem com seu vulto ao redor...
me cansa.

confesso,

nasci mulher. confesso que tinha uns cinco anos de idade e já me imaginava amando, com filhos e trabalhando. sempre me imaginei trabalhando. mas o trabalho era sempre artístico e livre. desde pequena já sabia que ia causar muito trabalho para todos a minha volta, mas também sempre fui consciente da minha responsabilidade com o mundo. sempre quis salvar o mundo, esse era meu sonho dos cinco anos também. queria gente junta, só pensava nisso, o tempo todo. minha mãe achou uma foto minha com os meus exatos cinco anos nas costinhas ainda não tão largas. as bochechas eram as mesmas, de balofa. e os olhos do bichinho do shrek. o cabelo desarrumado, enquanto minha priminha tava com o cabelo todo arrumadinho. minha roupa também tava um amasso só, mas era meio vermelhinha. viu? nasci mulher. em volta, gente. muita gente. estávamos no simba safari. minha boca já era grande e as minhas mãos também... impressionante! desde que me lembro penso em amor, em homens, crianças e família. meu pai pra mim era uma incógnita até uma certa idade. naquela cabeça que eu lembro ter ele era o próprio nosso senhor redentor em ação. só parei de achar que ele era tão perfeito quando descobri o rock'n'roll, e isso também aconteceu muito cedo. minha mãe pra mim sempre foi maligna... mas quando descobri o rock ela se transformou num anjo e então pedi pra ela um irmão. ou melhor, pedi uma irmã pra eu dar o nome de angélica (porque queria tudo angelical a minha volta) e ensinar pra ela a ser mocinha, como eu era! mas nada disso aconteceu... chegou o meu irmão, um peixe literalmente, um nenguinho lindo que me encantou profundamente com os olhos tão parecidos com os meus, mas as bochechas mais magrinhas. é claro! peixe não tem bochecha! esse peixe cresceu e tá lindo feito um mago do bem, e eu a sua irmã maga mais sábia e velha...
.
confesso, nasci mulher.

o lá

um trem passou e foi pra longe daqui
uma nostalgia leve tomou conta e só o que sobrou
foi a música
o dia passou e encontrei um passarinho pisoteado no acostamento
só o que sobrou foi o bico dele, gritando sozinho...
aquela testa franzida voltou, e o olho chorou
mas eu não quis
e o vento só trouxe mais pó pra minha testa franzir ainda mais
esse trem passou pra longe daqui, mas deixou música
por todos os lados como um abraço gostoso de deus, seja lá o que deus for...
deixou aquela vontade de viver que vai me levar pra lá sozinha
seja lá o que for.

i was pushing forward back


war is over


don't think twice, it's alright


highway revisited

se depois de tanto caminhar em sua viagem você chegar às terras onde o céu é azul, o calor gostoso e as árvores em volta te protegem, você sabe que chegou lá.
- lá onde?
na estrela norte onde mora seu sonho.
no castelo sem torres, sem calabouços ou porão.
é lá que mora o desejo de todos de simplesmente ser, eternamente, ser.

14.12.06

final... de bruna lombardi

quando uma mulher tira o rímel, o baton, a roupa
tira o sapato, senta na cama e chora
e nem mesmo é bonita nessa hora
você tinha de ver
que de repente ela fica tão sozinha
é um bicho assim tão desamparado
tão longe da paixão e do pecado
nem graça tem
se desmanchou o encanto. ela virou
de repente uma coisa tão pequena
que a gente olha e só fica com pena
não adianta fazer nada.
.
.
.
.
fantástica, linda demais, de mais, demasiadamente mulher, bruna...

13.12.06

deus do céu, que calor!

"é um jeito que você tem que mais ninguém tem... um beijo que você inspira que só é bom desse jeito que você transpira. é um dom. é a gentileza desmedida, o toque pesado de cetim... o corpo quente que só cheira assim quando estou perto. o adeus certo... o perdão comedido, a tristeza do seu peito aberto. que nó que me dá, que aperto essa solidão. é quase como um tango chorado, a beira do lago de lágrimas deixando rastro de loucura por não te ter aqui. é um soluço perdido no ar, porque não há ninguém que curta assistir dramas alheios, então assisto ao meu próprio drama no espelho. espelho, espelho meu, onde está todo esse mar que é pra ser todo meu? e me tomar nos braços como se eu fosse essencial a tua existência... me peça clemência, me faça tua sem um pingo de decência."

symbiosis


Monkey Wrench
"something that disrupts."



"Monkey Wrench" & "Stone Hammer"
EARTH FIRST.

ai... o amor.

"Every shadow no matter how deep is threatened by morning light."
Izzy Creo (o personagem de Rachel Weisz em The Fountain)
.
.
.
se o amor não fosse algo realmente tangível não seria o combustível único para qualquer alma se locomover até o cinema em uma terça-feira à noite... mesmo se o indivíduo possuidor dessa alma tenha que acordar às cinco horas da manhã seguinte. esse indivíduo sou eu e a razão desse impulso foi a fonte. o espaço a minha volta ficou da cor do filme... colorida. o peso no meu peito deu lugar a uma serenidade quase que triste, quase que linda, muito bem acompanhada. tudo se desdobra e entrega em um conto que não é de fadas, é mais dos humanos mesmo e de todo o poder que existe neles. o poder do querer, do ser e do amar. a fonte é o amor... fonte de tudo. até do que traz a morte, a decadência e a dor. não é à toa que o amor rima com dor. mas também não é por acaso que amar tenha um som tão parecido com alcançar... e durante aquela uma hora e meia, tommy, tomas, izzy e a linda rainha fizeram com que todos esses acasos se transformassem em razão pra mais uma vez ser confirmada a verdade de que...
.
.
o amor é a única coisa que move o mundo.

11.12.06

força do hábito

educação. revolução, iluminação.
retaliação. investigação, manipulação.
ação.
masturbação. inflitração, malhação...
ração e invenção. mansão... renegação.
perdição, maldição, bendição...
são.
evolução.
infração.
violação...
sensação.
medição, vazão, não.
radiação, ralação, mendigão... perdão.
(força do hábito)
menção, internação.
o vão.
estaiação.

recado

"they say if you love somebody than
you have got to set them free, but i
would rather be locked to you than
live in this pain and misery."
Ben Harper - Walk Away
.
.
"sobre as tuas asas há resto de pólen, eu percebi isso sem grandes dúvidas. elas são de sua última viagem ao centro do mundo. ao futuro de alguns e ao relento de ontem. o vazio te abandonou e você nunca mais deixou de se sentir sozinho. a solidão é seu todo preenchido como é preenchida uma bexiga que vira animalzinho em festa de criança. seu destino é ser sozinho e, estando sozinho, sua colheita será mais deliciosa, menos certa. sempre soube que do que é certo você não gosta...você quer o que é do bem. já foi ver sua caixa de correio essa manhã? aquela do lado de fora, há alguns metros da sua casa, na beira da estrada, no meio do campo, em frente ao ponto de ônibus, atrás do muro que não separa nada de você, você bem entende que fronteiras são postas lá pela nossa vontade e a sua vontade abraça o mundo... abraçar o mundo põe todas as fronteiras de lado e principalmente a que existe entre nós. antes que o sol desperte, bata suas asas... deixe o pólen tomar conta de mim também... não seja egoísta e deixe cair sobre mim teu mundo de amores e cores, deixa pesar sobre mes braços a tua solidão... quero dividir algo assim tão íntimo com alguém e que esse alguém seja você, meu anjo. olhe pra mim, você vai ver... lá no fundo tem muito de você. tem um mundo dividido que não se deixa esquecer, me lembra todos os dias que a tolice de querer não compartilha do medo de se perder, todo sonho sabe de sua condição primordial: combústivel. outro dia (esqueci de te contar), um beija-flor entrou pela janela, deu uma volta pela minha sala e veio dizer olá com aquela cara de antipático que ele tem. senti que a delicadeza então seria toda rendida ao meu ser e então lembrei de te pedir pra bater suas asas sobre mim, anjo verde-água. ao redor do teu rosto tem luz, e não é aura, é mais como uma redenção. é um ar de quem está entregue a qualquer ser que conseguir entender de olhar com os olhos nús. despidos de julgamento... meus olhos estão nús pra você. e aliás, você olhou na caixa do correio? então vai olhar correndo... porque um dia ainda quero te ver voando pra longe daqui (comigo presa no teu peito)..."

8.12.06

california bluebell

ela sussurrava para o vento... "amor disse que a vida é como o coeano. o amor meu fica observando o mar pra entender mais do mar do que dele mesmo... o meu amor é teimoso mas doce e eu já sei o que vou escutar ele dizer... 'vem aqui, deixe eu te contar do dia que te conheci...' era primavera, né amor? 'era sim... e você era a única flor colorida daquele jardim, pequena e escondida mas eu te descobri!' é amor, foi você meu redentor."

7.12.06

my education

conhecimento. conhecimento condesado em palavras é nada mais nada menos do que tudo aquilo que se coloca oposta à afeição, emoção e à atividade. "tem como fim tornar presente aos sentidos ou à inteligência um objeto(...)". às vezes toma conta de mim essa tal de verbosidade inútil (como o dicionário também chama de logorreia), e a sensação que deveria ser apenas levada em conta por ser parte de mim precisa passar pelo filtro tão baixo, tão sujo que chega ser o pensar. o filtro da porcaria da minha educação.
deus do céu! se tivesse um post pra cada música do pearl jam eu ia ter que parar de trabalhar, respirar e viver pra poder expressar tudo o que me faz pensar quando ouço aquilo que já fez muita gente chorar e sorrir tanto, por um tempo tão longo... então aqui vai uma muito boa:




Education (eddie vedder)
I'm questioning my education.
Is my education who I am now? While you're deciding, I've been finding. Looking around in the here and now. If I've been taught from the beginning. Would my fears now by winning? I'm questioning my own equation. Is my own equation relevant somehow? The flags are waving, the news is breaking. See the man who can't pick out his own tie. If I've been taught from the beginning, would my fears now be winning? A wild world, figuring out the answers. I'll be in my own dance and I, I, yeah, I, I... I'm questioning my education. Rewind and what does it show? Could be, the truth it becomes you. I'm a seed, wondering why it grows.

the change

"change don't come at once, it's a wave...
building before it breaks"

ed vedder em undone
.
.
pertinente, insistente a desistência, a incubência e a resistência. tudo muda conforme a cor do seu dia. tudo muda conforme o dia, a vida de cada dia e a mina que explode debaixo dos pés. tudo pede calma, tem gente que pede um pouco de salsa pra fingir que vive e eu olho os outros rezarem baixinho. eu vejo o que me cansa e o que me avança. eu sei que a mudança é revelação. ninguém muda, as pessoas descascam... o mundo também não muda, se desdobra... nas dimensões ainda não descobertas por 80% da população terráquea com pele verde entre os dedos dos pés... gente sapo. essa gente sapo me incomoda mas eu vivo por parte dela, a parte dos sapos que merecem amar. e eu tenho medo dessas revelações. não porque eu não sei o que tem por trás, mas justamente porque não sei como será a reação dos sapos sem cabeça, e sem pé... o que as pessoas não sabem pode se transformar no que mais as controla. ai ai gente sapo...

6.12.06

dialogue

-quero um sonho, sabe?
-que tipo de sonho?
-acho que algo um pouco mais do que todos merecem... todos que merecem o bem tenham o bem, sabe?
-é, acho que isso não é um sonho, é um direito, eu acho.
-mas os direitos são violados, isso não pode ser direito
-sei, tem que ser realidade.
-isso!
-algo como um decreto!
-não... porque daí você estaria acabando com a liberdade de quem não quer essa realidade...
-então como seria?
-não sei, isso que tô te falando.
-também não sei mas entendo seu sonho e acho que compartilho a mesma idéia.
-acho que todos compartilham...
-é, menos quem faz o mal.
-hahaha, é verdade...

ben harper speaks...

'>.
truth to be told...

5.12.06

prece de hoje

e que todas as pessoas sejam humanas.
e que todos os amores sejam eternos.
e que todas as maçãs sejam vermelhas.
e que todas as árvores sejam velhas.
e que todas as músicas sejam do coração.
e que todas as palavras não sejam em vão.
que todas as bicicletas tenham espaço pra rodar.
que todas as tartarugas tenham limpas as águas do mar.
que todas as meninas tenham sonhos de verão
(que virem doce e linda realidade então)
que todos os meninos tenham campinho pra jogar
e que todas as mães tenham tempo de sobra pra amar.
que todos os mundos sejam enfim compreendidos.
pela alma, pela razão da intuição.
que todos os passos sejam largos
e que todas as mãos possam se unir em março
no mês que traz sensação de campo e lago...
que todas as vozes cantem bem alto
que todas as crianças sejam lindas e fofinhas.
que todos os maquinistas sejam felizes,
e os carteiros, bombeiros, jardineiros, marcineiros, pintores, engenheiros, escaladores, médicos, dentistas, músicos, produtores, garis, redatores, escritores, roadies, fotógrafos, arquitetos, donas e donos-de-casa, faxineiros, strippers, dançarinos, controladores, vendedores, cozinheiros, professores, corretores, diretores, maratonistas, capoeiristas, baristas, psicólogos, manicures, cabelereiros, poetas e loucos também.
ele canta que uma chuva negra vai cair...
vai tomar conta de tudo, tudo mesmo e apartir daí o mundo vai girar livre... livre do que? a chuva vai cair e o tempo vai fechar e as ruelas vão se perder porque a água é a coisa mais poderosa do mundo, mais poderosa que tudo... mais mãe e pai que tudo, mais pertinente que tudo... a chuva vai cair.

4.12.06

'you say you want a revolution...oh well...'

eu choro e calo porque não adianta chorar, não quando a dor é tão grande que se espalha pelo o mundo e transforma as vidas alheias. onde você for deseje o bem. não... não virei franciscana por acaso e nem parte de um grupo guerrilheiro que difunde a revolução armada à la guevara e castro pelo mundo (se bem que eu gostaria de estar na baía dos porcos aquele belo dia de 1959). só quero que o bem vença. quero sim, como os filmes idiotas acham que deve ser. quero o final feliz pra todos. sorrisos de todos os formatos, tamanhos e largura diferentes tomando conta do mundo. quero todas as peles juntas. quero todos os animaizinhos silvestres correndo livres pelos campos, quero flores por todos os lados e a vida correndo livre por todos os cantos. quero encanto nos olhos das gentes. quero filhos bem cuidados, gordinhos e os pais se amando pra sempre. quero gente com o cabelo natural, o peito natural, a bunda natural e a cor natural porque o que é da naureza é lindo. quero natureza sem chichês mas quero o clichê da casa no campo e da praia... PA-RA-TO-DOS. no dia em que o homem não criar neuras e nem psiques distorcidas nos seus rebentos eu vou ser feliz. no dia que ninguém mais consiga entender a palavra "pedofilia" ou os termos "abuso de poder", "desigualdade social" e "política de roubalheira" eu vou ser plena. no dia que o meu corpo queimar só do sol e que meu corpo seja mordido apenas pelo amor da minha vida, that will be bliss... serei plena enfim.

1.12.06

better a heart in flames, than a cold, cold heart






.
.
.
infelizmente não há meio termo.
nem meio ermo.
nem meio enfermo.
nem meio tempo.

fúria explêndida e ao fundo o som azul da paz

(pra ler isso aqui ligue o som, de preferência ouvindo homeless child do ben harper, ou sleight of hand do pearl jam)
.
.
.
então eles mentiram. não tem mais fruta fresca no quintal e nem mais tempo pra reciclar idéias, porque as idéias (como os fatos) viraram item de luxo entre as celebridades do terceiro mundo. a pele delas descama e pra isso elas precisam comprar mais cremes de gordura dos bebezinhos da áfrica central... os carros dos ricaços do terceiro mundo tão com o vidro meio embaçado, precisam comprar fibra nova dos intestinos dos desaventurados trabalhadores, pobres senhores do timor leste. e um imbecil rico do terceiro mundo grita "pra que isso, mulher? pra que buscar na nova guiné, quando tem tanto aqui no canto mesmo, busca lá pra cima, pega um desapercebido em algum beco qualquer...", e o terceiro mundo aplaude o rico que de rico tem a grana suja que pediu pro tio sam, que de tão falido tá vendendo gente a preço de banana pra lutar no iraque, que de tão quebrado tá meio retardado e arregaçado vendendo cocada no mato... "a coisa tá preta na américa, meu bem, você viu?" é verdade, rico do terceiro mundo! eles tão vendendo o pai... (a mãe foi vendida na primeira grande revolução industrial) a porcaria toda tá fedendo tanto! o tempo tá se esgotando e a gente tá mamando nessa mamata pública. ah.. é pública sim, tá debaixo dos nossos olhos! tá bem escondido, dentro do nosso nariz! é... então eles mentiram... não tem sonho porque quem falou dele era corrupto, que signo é aquele de quem mente mesmo? qual é a marca de nascença que tá bem na cara pra eu poder encontrar quando ver um desses desgraçados e tascar um bom soco no meio da fuça, hein? porque será que só assim há de se virar a mesa? será que a mesa vira? pra comida do rico do terceiro mundo cair no chão prus pobrinho pegá... tem que virar. que dia bonito hein? é mesmo, bonito pra você... deixa a sua pele se esticar e cuidar do mundo porque hoje o mundo também é item de luxo nas casas dos ricos do terceiro mundo... o globo na sala de estudos é o mundo que mostra, bem divididinho quem tá em cima (e quem tá por baixo).